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Para manter dívida, superavit deveria ir a 2,7%

Cálculo feito pela FGV leva em conta juros mais altos e crescimento menor em 2014

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

"Como o ajuste não será feito em 2014, em 2015 ele será mais onerosoGabriel Leal Barrospesquisador da Fundação Getulio Vargas e autor da simulação de economia necessária para manter os níveis de dívida pública

O mercado está cobrando mais para financiar a dívida do governo, e esse custo extra exigirá ainda mais esforço para evitar que o endividamento aumente em 2014, mostra estudo da Fundação Getulio Vargas.

A dívida pública líquida está atualmente em 35% do PIB. Essa conta de dívida é a usada com frequência por integrantes do governo, porque desconsidera empréstimos entre entes do governo --principal instrumento das chamadas manobras fiscais recentes-- e, portanto, é mais baixa. A dívida bruta está em 59% do PIB.

Para manter a dívida líquida no mesmo patamar em 2014, em um ambiente de juros mais altos e crescimento mais baixo como o previsto, o governo teria que elevar a contenção de despesas para o equivalente a 2,7% do PIB.

Neste ano, a meta era 2,3%, mas as previsões são que a economia não chegue a 2%.

A simulação do superavit necessário para manter o nível de dívida foi feita pelo economista Gabriel Leal Barros, da Fundação Getulio Vargas, e leva em consideração crescimento de 1,8% em 2014.

Se os juros cobrados pelo mercado fossem mais baixos, a economia do governo poderia ser de 1,6% e 1,8% do PIB.

Se o crescimento fosse maior, isso também ajudaria a baixar a necessidade de economia do governo.

CONDIÇÕES ADVERSAS

O que desencadeou a alta dos juros foi o deficit do governo de R$ 9 bilhões em setembro, que levou o mês a ser chamado de "setembro negro". "Isso foi agravado por um resultado fraco também em outubro", diz Barros.

Paulo Gala, da corretora Fator, nota que um exemplo da alta das taxas é que títulos com vencimento em 2023 superaram 13% ao ano nesta semana. No início do ano, estavam na casa dos 9% ao ano.

Além das finanças públicas, contribuíram para o aumento a alta das taxas futuras nos EUA e dos juros pelo BC, para controlar a inflação.

Gala, porém, acredita que os juros podem desacelerar em razão da frustração com o crescimento da economia.

"A indústria foi bem em outubro, mas os indicadores de novembro estão ruins, de modo que a inflação não é ameaça", disse. "Mas uma correção [para baixo] nas taxas, só em 2015."

Isso porque economistas não acreditam que o governo corte gastos em ano eleitoral. "Como o ajuste não será feito em 2014, em 2015 ele será mais oneroso", diz Barros, que prevê alta da dívida líquida para 37% do PIB.


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