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Governo defende Arno, que nega crise

Presidente Dilma ordenou que Mantega defendesse o secretário do Tesouro e enquadrasse equipe que o criticou

Arno Augustin disse que reuniões foram técnicas e que alta de juros segue efeitos econômicos normais

SHEILA D'AMORIM VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff determinou ontem uma operação para debelar o clima de rebelião interna na equipe do Tesouro contra o secretário Arno Augustin. À Folha ele rebateu as críticas à sua atuação.

Augustin minimizou a crise ao dizer que não há "inquietude" em sua equipe.

Há cerca de dez dias, ele ouviu de seus assessores críticas à condução da política de gastos e de endividamento do governo.

A revelação da crise contrariou a presidente, que chamou o ministro Guido Mantega (Fazenda) para uma reunião ontem de manhã.

No encontro, Dilma ordenou que Mantega enquadrasse a equipe do Tesouro e defendesse seu subordinado.

Em São Paulo, Mantega seguiu as orientações. "Não é verdade que Agustin contribuiu para elevar as taxas de juros. Ele esta comigo há sete anos e nesse período reduzimos as taxas ao menor valor da história", disse Mantega.

Mais tarde, os coordenadores do Tesouro divulgaram nota repudiando "a forma como foi veiculada na imprensa a reunião interna de 22 de novembro" e refutando que "haja um clima de rebelião".

Segundo eles, o encontro ocorreu com o intuito de debater assuntos de interesse institucional, técnico e administrativo. À Folha Augustin afirmou que o Tesouro trabalha "em unidade". "Temos reuniões e discussões sobre a melhor forma de fazer o trabalho diariamente."

DÍVIDA

O secretário destacou que nos últimos anos o Tesouro conseguiu alongar os prazos dos títulos públicos e frisou que o aumento recente do custo dos papéis é um reflexo da alta dos títulos dos EUA.

"Não há nada ocorrendo nos preços dos nossos títulos que não seja pelos efeitos econômicos normais."

O problema que mais tem inquietado os técnicos da própria equipe do Tesouro, no entanto, é a falta de previsão em relação ao futuro.

Eles questionaram o secretário sobre até que patamar o governo está disposto a elevar o endividamento para sustentar, por exemplo, o crescimento das operações de juros subsidiados do BNDES.

O secretário diz apenas que o governo tem tranquilidade em relação ao cumprimento da meta de superavit primário (economia para pagar juros da dívida) neste ano.

O que há, na avaliação do secretário, são "interpretações equivocadas", como a que resultou no cancelamento do empréstimo da Caixa Econômica para Eletrobras.

A operação foi entendida como mais uma manobra para dar alívio ao Tesouro.


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