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Análise setor externo

Exportação precisa ter preços mais competitivos

FERNANDO HONORATO BARBOSA ESPECIAL PARA A FOLHA

A queda de 0,5% do PIB no trimestre passado veio acompanhada do maior deficit externo registrado desde 1995 em bens e serviços. Em valores, o resultado externo foi negativo em R$ 117,5 bilhões nos 12 meses encerrados em setembro, com as importações crescendo 7,2%, e as exportações, 1,6%.

Há duas razões imediatas para o resultado negativo das contas externas: queda no preço das exportações e aumento do consumo.

Desde o recorde histórico em 2011, os preços das exportações caíram 9,5% em relação aos dos bens importados, condição bastante distinta da que prevaleceu entre 2008 e 2011: alta de quase 30%.

A segunda razão, o consumo, fica evidente quando se observa que os gastos das famílias e do governo, cresceram 1,1%, enquanto os investimentos caíram 2,2%.

A maior absorção puxada pelo consumo fez com que as exportações líquidas tenham retirado 0,2 ponto percentual do PIB no trimestre passado.

Em um prazo mais dilatado, a história é a mesma: consumo e governo como proporção do PIB avançaram 3,7 pontos percentuais desde 2011, enquanto o investimento caiu 2,2 p.p. e as contas externas pioraram 1,5 p.p.

Assim, a dificuldade de atender a expansão do consumo das famílias e do governo com a produção nacional, conjuntamente à queda nos preços das exportações, produziu o atual deficit externo.

Os estímulos dados à economia e o baixo desemprego explicam boa parte do deficit externo. O forte aumento nas vendas de carros e a contenção dos preços de combustíveis, por exemplo, impulsionaram as importações de petróleo e derivados, de US$ 24 bilhões em 2009-10 para cerca de US$ 44 bilhões em 2012-13, cerca de 55% do deficit em conta-corrente.

Mudar esse quadro requer moderação no consumo, abrindo espaço para os investimentos, além de, em algumas áreas, um realinhamento dos preços relativos, apoiado pela política monetária, para que as recentes mudanças do câmbio não se percam em aumentos de preços.

São ingredientes essenciais para aumentar a competitividade das exportações e da indústria, permitindo o consumo ser mais atendido pela produção local.


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