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Análise agropecuária

Após 2013 excelente, perspectivas são menos promissoras

Lavouras mais voltadas ao consumo interno, porém, devem ter safras maiores e pressionar menos a inflação

Desempenho deve ser aquilatado também pelos impactos indiretos sobre consumo, investimentos, indústria e contas externas

BRÁULIO BORGES ESPECIAL PARA A FOLHA

O PIB agropecuário no terceiro trimestre foi 1% inferior ao observado no mesmo período de 2012, recuando 3,5% sobre o segundo trimestre deste ano, já descontada a sazonalidade, segundo dados do IBGE desta semana.

Esse componente, que responde por cerca de 5% do PIB brasileiro sob a ótica da oferta, foi o principal responsável pela retração marginal de 0,5% de nossa economia no trimestre passado.

Isso porque os PIBs da indústria e dos serviços não chegaram a encolher na comparação com o segundo trimestre (embora tenham apresentado resultados positivos bem modestos).

Não obstante, a análise do desempenho do setor agropecuário não deve se ater apenas ao resultado de um só trimestre, visto que esse componente do PIB é sabidamente o mais volátil (sobretudo por questões de ordem metodológica, associadas à maneira como o IBGE trimestraliza estimativas anuais de safra dos produtos).

De fato, no acumulado dos três primeiros trimestres de 2013 o PIB agropecuário registrou uma expansão de 8,1% sobre o mesmo período de 2012.

A taxa é significativamente superior àquela verificada para o PIB como um todo, que foi de 2,4%.

Nossa expectativa é que o PIB agropecuário encerre 2013 com alta próxima a 7,5%, após ter registrado retração de 2,1% em 2012.

O ano passado, cabe observar, foi um dos únicos dois anos desde 1996 em que se verificou queda desse componente do PIB; o outro ano em que esse fenômeno ocorreu foi 2009.

Esse desempenho favorável da agropecuária deve ser aquilatado não somente por causa de seus efeitos diretos, mas também pelos seus impactos indiretos sobre consumo (via renda agrícola), investimentos (caminhões e maquinário agrícola), agroindústria (como as usinas de açúcar e álcool) e mesmo sobre nossas contas externas.

(No setor externo, o país deve regisitrar saldo comercial bem próximo a zero em 2013, mas com o agronegócio superavitário em pouco mais de US$ 70 bilhões.)

Contudo, esse cenário bastante favorável para o setor agropecuário não deverá se repetir em 2014.

As primeiras estimativas do IBGE para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas para o próximo ano apontam para um recuo de 1,4%, após alta superior a 15% em 2013 (em toneladas).

Mas há algumas notícias positivas: lavouras com peso pequeno nas exportações, mas com grande importância para o consumo e a inflação internos, como as de feijão e mandioca, deverão ter safras significativamente maiores no próximo ano, após recuos em torno de dois dígitos neste ano.

Não custa lembrar que os preços desses produtos registraram altas expressivas na primeira metade deste ano, assim como os produtos "in natura", em razão de adversidades climáticas (sobretudo a seca que atinge o Nordeste, a mais severa em várias décadas).

Perspectivas alvissareiras para suas safras podem contribuir favoravelmente para a dinâmica inflacionária no próximo ano.


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