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Graça defende fórmula e nega atritos

Segundo executiva, relação com Mantega cresceu com discussão; sigilo sobre método nunca esteve em questão, diz

Presidente da Petrobras defende que reajustes não sejam automáticos e que repassar alta total de preços seria inviável

DO RIO

A presidente da Petrobras, Graça Foster, defendeu o sigilo da nova fórmula de reajuste dos combustíveis.

Ao contrário do anunciado pela estatal em outubro, ela disse que nunca houve plano de adotar ajustes automáticos nos preços, sem a influência da direção da empresa.

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Folha - Por que não divulgar a fórmula do reajuste?

Graça Foster - O Conselho de Administração colocou da seguinte forma: que outra metodologia, que outra fórmula de precificação da Petrobras é levada a mercado? Nenhuma. Não havia de fato a previsão de levar detalhes da metodologia, nem na sua versão inicial.

Por que o reajuste não será automático, como se esperava?

Foi uma grande discussão entre nós. Na primeira versão, o mercado entendeu que não haveria nenhuma interação da diretoria sobre o aumento. Mas [o reajuste] não é automático, passa pelo poder discricionário da diretoria da Petrobras.

Em 2009, quando o [barril de petróleo tipo] Brent estava a US$ 145 e caiu a US$ 45, ficamos ao menos um ano com preços no Brasil muito acima dos de fora. Se fosse assim [automático], a diretoria não poderia não mexer no preço.

O poder discricionário é extremamente importante. Afinal, a gente tem 100% do mercado. Não é possível repassar toda a diferença do preço internacional para fazer caixa. A gente sabe que não é assim que funciona.

E deveria ser assim?

Para a Petrobras, seria péssimo perder mercado, se a gente repassa tudo para fazer caixa e ficar sustentável. Não vale perder mercado.

Quando você coloca 4% [de reajuste] na gasolina, nas nossas simulações, já perde 0,7% de mercado. A gente pegou dois anos e viu qual é a partida que precisamos ter. Qualquer início [de aumento] tem impacto na inflação.

Houve queda de braço entre a sra. e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que era contrário ao reajuste?

O que houve foi uma intensa discussão técnica sobre a metodologia. É minha obrigação mostrar à companhia seu raio-x. Briga, embate, eu não confirmo de forma alguma. Agora, a gente mostra o que precisa produzir e captar.

Não podemos esquecer que tivemos a classificação rebaixada pela Moody's [agência que avalia risco]. Não é uma discussão trivial. Mas queda de braço não houve.

O debate arranhou a relação?

Nossa relação profissional foi engrandecida, até. O produto de tudo isso é extremamente positivo. Eu tenho uma política [de preços] referendada, uma metodologia.

E com a presidente Dilma?

Não sei nem por que poderia ter sido prejudicada.

A sra. pensou em entregar o cargo, como se especulou?

Definitivamente não [repete]. Os dias aqui são extremamente longos. Você tem problemas de toda sorte e notícias boas de toda sorte.


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