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Opinião

Nem todos os meios valem para segurar a inflação

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

O que é mais importante, tomar medidas para salvar vidas ou evitar que os preços subam e a inflação fique mais alta? A pergunta parece ser fácil de ser respondida, mas o Ministério da Fazenda emite sinais de que pode optar pela pior resposta.

Explico: o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou ontem que o governo pode adiar a entrada em vigor, em 2014, da regra que obriga todos os carros novos no Brasil a conter itens básicos de segurança, como air bag frontal duplo e freios ABS.

Buscando justificar a medida, que pode alterar decisão adotada em 2009, Mantega disse: "Estamos preocupados com o impacto disso no carro, eleva o preço em R$ 1.000 a R$ 1.500".

A frase do ministro não poderia ser mais infeliz. Passa a imagem de que o governo está mais preocupado em segurar a inflação e garantir a venda de carros do que em salvar vidas e proteger brasileiros da violência do trânsito.

Claro que não podemos dizer que Mantega pouco se importa com os milhares de acidentes de trânsito que acontecem a cada dia no Brasil. Pelo contrário. Mas sua visão puramente econômica do caso mostra insensibilidade para questão social grave.

O governo vai dizer que não quer revogar a medida, apenas adiar sua entrada em vigor, evitando que dê um salto de 60% (percentual de carros que teriam que se adaptar às novas regras neste ano) para 100% no próximo ano.

Sinceramente, não é justificativa aceitável. A decisão do Conselho Nacional de Trânsito está tomada desde 2009. As montadoras tiveram tempo mais do que suficiente para se adaptar e, tudo indica, o fizeram em sua maioria. O que está falando mais alto é o lado econômico.


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