Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Alta do emprego faz arrecadação avançar, diz Ipea
DE SÃO PAULOA economia brasileira enfrenta um paradoxo, na opinião do coordenador de Finanças Públicas do Ipea, Rodrigo Octávio Orair. "Se as medidas de desonerações tributárias têm sido maiores que as onerações, como é possível a carga tributária aumentar?", diz.
A reposta, diz, está na melhora do mercado de trabalho: "Como a massa de salários cresce mais do que o PIB e o emprego formal também aumenta, a arrecadação cresce. E o aumento compensa a queda da atividade econômica e das desonerações".
Ele destaca ainda o aumento de arrecadação sobre as importações, que cresce impulsionada pelo consumo das famílias.
Roberto Kupski, presidente da Febrafite (federação fiscais estaduais), chama a atenção para o fato de a carga ser elevada, quando comparada à média dos países ricos, e o retorno, (serviços públicos), baixo.
"O país gasta muito com juros de sua dívida pública e com transferências de renda e subsídios às famílias e às empresas."
Segundo o IBPT, a carga passou de 22,39% em 1986 (governo Sarney) para chegar a 36,42% neste ano.
Entre os países da OCDE (reúne 34 grandes economias), os com carga fiscal mais alta são: Dinamarca (48%), Bélgica e França (45,3%), Itália (44,4%) e Suécia (44,3%) --países em que os tributos são aplicados em serviços que geram bem-estar à população.