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Governo leiloa rodovia em MS com desconto de 52% no pedágio

Disputa pela BR-163 foi a terceira consecutiva com valor de tarifa pela metade do preço-teto

CCR diz que previsão de fluxo intenso embasou a proposta; governo avalia novo modelo para leilões em 2014

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

O governo conseguiu, ontem, licitar mais uma rodovia federal com um valor de pedágio pela metade do preço máximo fixado no edital.

O grupo CCR venceu outros cinco concorrentes no leilão da BR-163 em Mato Grosso do Sul ao oferecer a menor tarifa de pedágio, de R$ 4,38 para cada 100 quilômetros, desconto de 52,7% em relação ao preço-teto de R$ 9,27 por 100 quilômetros.

A rodovia cruza todo o Estado, da divisa com Mato Grosso ao Paraná. É, portanto, um importante canal para o transporte dos grãos produzidos no Centro-Oeste para o Sudeste e o Sul do país.

A CCR administrará por 30 anos os 847 km da rodovia e terá de duplicar quase a totalidade (806 km) em cinco anos. Nesse período, devem ser investidos R$ 3,4 bilhões, dos quais 70% serão financiados pelo BNDES.

Pelo porte das obras e do investimento necessário, o preço-teto fixado foi mais alto do que o praticado em certames anteriores. Na venda do trecho da mesma BR em Mato Grosso, por exemplo, o valor máximo foi de R$ 5,50.

Segundo o diretor de novos negócios da CCR, Leonardo Viana, a empresa desenvolveu os primeiros estudos sobre a BR-163 há três anos e, desde então, acompanha o volume de tráfego na região.

"O potencial de crescimento [no fluxo de veículos] é muito grande e a dificuldade de engenharia é zero. Isso nos permitiu fazer uma proposta com um alto deságio", disse.

Cerca de 7.000 veículos passam pela BR-163 em Mato Grosso do Sul diariamente. Desses, 60% são caminhões.

A CCR só poderá cobrar pedágio após a duplicação de 10% do total. O prazo máximo para a conclusão dessa obra é de 18 meses, mas, segundo Viana, a companhia poderá finalizar essa primeira fase mais cedo, devido à facilidade na execução.

PELA METADE

O leilão de ontem foi o terceiro consecutivo a terminar com deságio de 52%. Nos dois anteriores, a Odebrecht levou a BR-163 em Mato Grosso e a Triunfo arrematou trechos da BR-060/153/262 (DF/GO/MG) pelo mesmo desconto.

Para o ministro dos Transportes, César Borges, o objetivo de licitar as rodovias ao setor privado pelo menor valor de tarifa possível foi atingido com o PIL (Programa de Investimento em Logística).

O último leilão do ano ocorre no dia 27, com a abertura das propostas para a BR-040, que liga Juiz de Fora (MG) a Brasília (DF).

O trecho a ser licitado tem 937 quilômetros de extensão, dos quais 702 quilômetros serão duplicados. O investimento total é estimado pelo governo em R$ 8 bilhões.

Para atrair o interesse das empresas nessa rodovia, o governo fixou o preço-teto em R$ 9,73 por 100 quilômetros, quase o dobro do previsto na primeira tentativa de leiloar a estrada, em janeiro.

Para as rodovias que ficaram para 2014, governo e empresas discutem um novo modelo para as licitações. "Não desistimos, pelo menos por enquanto, da BR-262 [MG-ES], da BR-116 [MG] e da BR-101 [BA]", disse Borges.

No caso da rodovia BR-153 (GO-TO), o trecho a ser leiloado será reduzido para ser mais atrativo.

Para Viana, da CCR, os próximos leilões deverão ser viabilizados por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas).


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