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Para reforçar o caixa, governo eleva IPI de veículos e móveis

Alíquota de carros 1.0 sobe de 2% para 3% em janeiro; Anfavea diz que alta superou estimativas

Em meio a críticas sobre os gastos do governo, expectativa é que medida garanta R$ 1,1 bi aos cofres públicos

JÚLIA BORBA DE BRASÍLIA RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

Após um ano de fortes críticas à política de controle de gastos, a equipe econômica do governo Dilma Rousseff decidiu elevar, parcialmente, o imposto cobrado de veículos e outros produtos a partir de janeiro, num esforço para reforçar o caixa federal.

A alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incide sobre o preço de veículos, móveis e luminárias será elevada no dia 1º de janeiro. A medida vai garantir mais R$ 1,145 bilhão aos cofres públicos no primeiro semestre do ano que vem.

O aumento do imposto já era previsto, mas o governo resolveu fazer uma elevação gradual. O IPI cobrado de carros populares --com motor 1.0-- subirá dos atuais 2% para 3% e permanecerá nesse patamar até 30 de junho.

A partir do início do segundo semestre, o governo fará uma análise para decidir se voltará a cobrar a alíquota cheia, de 7%, ou se será necessário estender por mais alguns meses o benefício.

"Nosso cuidado é para que as vendas continuem aquecidas e para manter a atividade da indústria", disse ontem Dyogo Oliveira, secretário-executivo interino do ministério da Fazenda.

A medida já era esperada, mas desagradou às montadoras por ter sido anunciada antes do fim do ano. Como a garantia de que a alta do IPI será gradual, o consumidor ficará desestimulado a uma "corrida" às lojas.

As empresas estão preocupadas com os estoques elevados, a queda nas vendas no mercado doméstico e a perspectiva de redução nas exportações para a Argentina.

"Será um grande desafio para o setor", disse Rogelio Golfarb, diretor de assuntos corporativos da Ford.

A expectativa do governo é que, apesar da elevação do imposto, a medida não traga impactos para os preços dos carros. "Há um acordo com a indústria para que não haja repasse para os preços ou demissões no setor", disse Oliveira. Segundo a Folha apurou com duas montadoras, não há compromisso de segurar os reajustes.

Cálculos divulgados anteriormente pela Anfavea (associação que reúne as montadoras) estimavam que cada ponto porcentual a mais de IPI representasse alta de 1,1% no preço dos carros. A nova exigência de instalar airbag e freio ABS pode representar outro reajuste entre 6% e 8%.

Em nota divulgada à imprensa, a Anfavea disse que os aumentos do IPI estão "acima das expectativas iniciais" e que "não é possível fazer prognósticos detalhados, mas certamente terá impacto nas vendas".

OUTROS MODELOS

Para os carros de maior potência (com motores até 2.0) e tecnologia flex (álcool ou gasolina), o IPI vai subir de 7% para 9%. A partir de julho, a alíquota deve voltar para 11%.

Para os veículos movidos a gasolina, o IPI sobe de 8% para 10% e pode chegar a 13% no segundo semestre.

No caso de caminhões, o governo manterá zerada a alíquota de forma indefinida de modo a não prejudicar investimentos.


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