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Imposto maior no cartão deve fazer turista mudar gastos

Brasileiros que estão no exterior dizem que, com aumento da alíquota do IOF, vão priorizar crédito e dinheiro vivo nas próximas viagens

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM ISABEL FLECK DE NOVA YORK LEANDRO COLON DE LONDRES

A decisão do governo de elevar para 6,38% a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as compras com cartões de débito e cheques de viagem no exterior pegou de surpresa os brasileiros em Nova York.

Uma grande parte dos turistas, que aproveitava a taxa de 0,38% dos cartões pré-pagos (ela é de 6,38% nos cartões de crédito), agora já repensa a forma de pagamento das próximas compras.

Ao sair do Brasil para sua quarta visita a Nova York, a médica Mônica Rente, 51, decidiu que só usaria o cartão de crédito em situações "emergenciais". A ideia era dividir as despesas entre o cartão pré-pago, cheques de viagem e dinheiro.

"Mas eu não trouxe o dinheiro todo, estava pensando em sacar mais. Vou ter que fazer isso agora", disse Rente, que foi alertada pela reportagem na noite de sexta sobre a decisão que entraria em vigor no dia seguinte.

"É um absurdo. Eles deveriam ter avisado com antecedência", afirmou ela, que está apenas no início da viagem de três semanas com o marido e três filhos.

O também médico Adriano Marçal, 51, acessou o site do banco para recarregar seu cartão pré-pago assim que soube do aumento, na noite de sexta-feira. "Mas agora não vai compensar mais usar. Pelo menos no cartão de crédito você acumula milhas."

LONDRES

O aumento do imposto deve fazer a família do comerciante de Brasília Eduardo Amaral, 49, a dar preferência pelo cartão de crédito.

Ele chegou no dia 24 em Londres com a mulher e três filhos. Vão nos próximos dias para Paris, onde ficam até o dia 14 de janeiro.

Abordado pela reportagem na frente da Harrods, maior e mais luxuosa loja de departamento de Londres, ele não sabia da decisão do governo.

Amaral contou que costuma usar o cartão pré-pago para os filhos, enquanto ele e sua mulher preferem o de crédito no exterior. Para essa viagem de fim de ano, priorizaram o dinheiro vivo e, agora, descartam qualquer tipo de movimentação que envolva as novas regras.

E nos próximos passeios, com o IOF mais caro nos cartões pré-pagos, por exemplo? "Talvez até use o cartão pré-pago para as crianças, porque é seguro, mas vou preferir o de crédito e o dinheiro vivo para minhas despesas, porque, se o imposto agora é o mesmo, pelo menos poderei acumular milhagem."

JERUSALÉM

A brasileira Mila Chaseliov, que trabalha em Tel Aviv, foi avisada por um familiar de que haveria o aumento no IOF de seu cartão pré-pago.

Preocupada com a notícia, ela foi a um caixa eletrônico às 2h de sábado (hora local) para sacar o equivalente a R$ 1.000.

Pego no meio de sua viagem ao Egito, Thiago Baudel não teve tempo de se preparar para a mudança. Em geral, ele prefere viajar com um cartão pré-pago, para não carregar dinheiro em espécie.

"Não vou deixar de viajar, mas posso pensar melhor sobre como vou pagar os gastos", afirmou.

Tire suas dúvidas sobre o aumento no IOF

folha.com/no1391133


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