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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Frio vai influenciar na opção do produtor dos EUA por milho ou soja

Virada de ano e os produtores norte-americanos começam a pensar o que fazer em 2014. Plantar mais soja ou mais milho. E a decisão deles é importante também para os produtores brasileiros, cujo plantio vem depois.

O mercado já começa a fazer suas apostas, e há quem preveja um aumento de até 3 milhões de hectares na área de soja. Qualquer previsão está sujeita a uma série de fatores ainda indefinidos.

Relação de preços entre soja e milho, seguro, demanda de etanol e até o frio intenso são fatores importantes.

Tomando como base os preços deste momento no mercado disponível, a soja teria a preferência. A oleaginosa tem a quarta melhor margem em relação ao milho em 20 anos. Um bushel de soja vale 3,07 de milho.

Essa relação está favorável à soja porque os estoques dos EUA desse produto estão escassos, enquanto a comercialização da safra recorde de milho ainda está em 50% do volume produzido.

Fernando Muraro, da AgRural, diz que os preços durante o primeiro bimestre serão importantes para a decisão dos produtores, mas a definição do seguro agrícola também vai pesar.

Se o preço do milho recuar para um valor próximo de US$ 4 por bushel em fevereiro --atualmente está em US$ 4,60--, o produtor vai optar mais pela soja, que poderá ter até 3 milhões a mais de hectares no plantio da safra 2014/15. Na safra 2013/14 foram semeados 31,2 milhões.

Se o preço do milho "rondar" os US$ 5 por bushel, a soja perderá força e o milho estará na mira dos produtores.

Neste caso, a área de soja subiria 1,5 milhão de hectares, segundo Muraro.

O milho, no caso de um preço de US$ 5, teria uma área de 38,5 milhões, inferior aos 39,4 milhões de hectares de 2013/14, mas ainda alta.

A decisão entre soja e milho dependerá também do valor do seguro agrícola. O preço de garantia se baseia no mercado. A queda do milho reduz o preço de garantia.

A opção pelo plantio de milho pode ser influenciada, ainda, pelas boas margens das usinas na produção de etanol nos Estados Unidos.

A seca de 2012 provocou uma aceleração nos custos da matéria-prima, trazendo a margem das usinas para próximo de zero. As margens subiram e estão em US$ 0,50 por galão (3,4785 litros).

Os preços menores do milho derrubaram também os do etanol. O crescimento da demanda por esse combustível poderá dar um suporte aos preços do milho. Se isso ocorrer, a área de soja poderá crescer menos.

O frio acima da média histórica no Meio-Oeste dos EUA também começa a preocupar. Além de um atraso no plantio, devido à umidade da terra, o clima poderá influenciar na produtividade. O produtor vai ter de escolher a cultura menos suscetível a esse fator.

Muraro diz que seria importante a recuperação de preços internacionais no primeiro bimestre deste ano.

O preço do milho enfraquecido vai levar os norte-americanos para a soja. Na sequência, viria o plantio da América do Sul, elevando em muito a oferta de soja para 2015.

Assim como nos EUA, a soja também teria a preferência dos produtores brasileiros com base nos preços atuais. A saca de soja equivale a 3,26 sacas de milho.


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