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Votação nos EUA abre caminho para fim da disputa sobre algodão

Se aprovado, projeto dará aval para Obama negociar com Brasil mudanças em subsídios

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

Os deputados dos Estados Unidos estão prestes a autorizar o governo de Barack Obama a negociar com o Brasil mudanças em seus programas de subsídios aos produtores de algodão.

Se for aprovada hoje, a decisão, inédita, abrirá caminho para resolver a disputa entre os dois países, que se arrasta há 11 anos.

O Brasil se prepara para retaliar os EUA, elevando tarifas de importação e quebrando patentes, porque o país descumpriu decisão do tribunal da OMC (Organização Mundial do Comércio) e não eliminou até agora os subsídios aos seus cotonicultores.

O processo foi aberto pelo governo brasileiro.

Ontem, deputados e senadores americanos finalmente chegaram a um acordo sobre um texto comum para a Farm Bill (lei agrícola), que será votado hoje pelos deputados e no início da semana que vem pelo Senado. Em discussão há meses, é bem provável que essa versão seja aprovada.

No documento, o Congresso autoriza o Departamento de Agricultura a negociar com o Brasil os subsídios à exportação do algodão a fim de adequar o programa as regras do painel (processo) da OMC. O Executivo americano sempre disse que não tinha autorização do Congresso para fazer concessões.

"Ainda não atende todos os pleitos do Brasil, mas abriu-se janela para solucionar o problema e evitar a retaliação", afirmou Diego Bonomo, gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

OUTROS PROGRAMAS

A questão é complexa, no entanto, porque os EUA têm ainda dois outros programas de apoio aos cotonicultores, que incentivam a produção e a comercialização. O subsídio direto à produção será transformado em um seguro de renda.

"O programa de apoio à produção pode se tornar ainda mais nocivo. Os norte-americanos vão continuar produzindo sem risco", afirmou Márcio Portocarrero, diretor-executivo da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão).

Segundo ele, a entidade não está satisfeita com as mudanças e vai continuar pedindo ao governo brasileiro que retalie os americanos e que inicie outro painel na OMC.


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