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Agricultores buscam meio alternativo para vendas

Produtores trazem clientes de fora, montam sites e criam as próprias lojas

Vinícolas, fazendas e granjas testam modelos para diminuir custos com intermediários

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Para valorizar a produção, aumentar o lucro e chegar a novos mercados, produtores e empresas agrícolas estão buscando novas formas de distribuir seus produtos.

Entre as opções, estão a criação de lojas próprias, venda direta para o cliente final ou pela internet.

Com isso, diminuem-se custos com intermediários, como supermercados ou traders (exportadores).

A empresa Carmo Coffees, de Carmo de Minas (MG), exporta sua produção de cafés especiais para Ásia, Europa e América do Norte desde 2007, conta o sócio Luiz Paulo Pereira Filho, 33.

A empresa tem um projeto com outras 75 fazendas menores para que todas tenham contato direto com clientes estrangeiros.

Hoje, a Carmo Coffees traz compradores de fora para que experimentem cafés e conheçam as fazendas em que são produzidos. Como remuneração, fica com uma comissão por parte das vendas.

A diferença, de acordo com Pereira Filho, é que produtores menores vendem em pequenas quantidades, sem perder sua rastreabilidade (possibilidade de verificar a origem dos grãos), algo valorizado nesse segmento.

"Se temos uma saca especial, tentamos tratá-la como algo único, sem misturar com nenhuma outra."

TURISMO

Já a Vinhos & Vinhos, de Bento Gonçalves (RS), vende bebidas produzidas no Brasil por pequenas vinícolas pela internet.

Ronaldo Zorzi, 42, da vinícola Peculiare, idealizou o site. Ele conta que viu a oportunidade de usar a web como forma de aumentar o alcance dos vinhos da região.

"Há vinhos de excelente qualidade de vinícolas pequenas conhecidos regionalmente, mas esses produtos só chegam aos clientes do Rio de Janeiro e de São Paulo que fazem enoturismo."

Outro mercado em que canais alternativos podem ser úteis aos produtores é o de orgânicos.

A Korin, conhecida principalmente pelos frangos que cria sem antibióticos, decidiu usar o sistema de franquias como opção para distribuir mais produtos, conta Edson Shiguemoto, 53, diretor comercial da empresa.

"O varejo é bom para dar visibilidade, mas não tem um trabalho tão focado como faremos para nossos produtos."

Shiguemoto diz que entre os produtos que a empresa não consegue vender em supermercados estão miúdos (como fígado e pés de frango) ou itens com muitos concorrentes, como arroz orgânico.

Além disso, ele afirma que, com as lojas da marca, será possível ter um preço menor do que nos mercados, já que a margem de lucro dos produtos não será dividida com esses estabelecimentos.

Outra experiência feita em São Paulo é realizada pela Sementes de Paz, que vende orgânicos pela internet e, com isso, diminui um intermediário entre o produtor e o consumidor final, diz Márcio Tambelli, 27, um dos responsáveis pela empresa.

"Em redes varejistas, existe uma pessoa que compra do produtor, depois negocia com o supermercado, que depois venderá o produto."

Na página Mais Orgânicos, loja virtual da empresa, é possível saber de qual produtor vem cada item. A empresa quer indicar, no site, como é a divisão do dinheiro entre a Sementes de Paz e os produtores. A intenção é disponibilizar as informações ainda neste ano, conta Tambelli.

"Se temos uma saca especial, tentamos tratá-la como algo único"
Luiz Paulo Pereira Filho
Sócio da Carmo Coffees

"O varejo é bom para visibilidade, mas não é tão focado"
Edson Shiguemoto
Diretor comercial da Korin


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