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Privados devem voltar a disputar crédito

Incentivados pelo governo, que queria aquecer economia, bancos públicos superaram 50% dos empréstimos em 2013

Depois de elevar crédito em 24% em 2012 e em 19% em 2013, Banco do Brasil prevê neste ano crescer no máximo 18%

DE SÃO PAULO

Um dos principais instrumentos usados pelo governo para estimular a economia e evitar a desaceleração mais acentuada do crescimento econômico, o crédito oferecido pelo Banco do Brasil deve ceder espaço para o de bancos privados neste ano.

O banco estatal foi o que mais aumentou reservas para eventuais calotes em 2013 --6,5% ou R$ 949 milhões ante dezembro de 2012.

Como comparação, o Itaú Unibanco reduziu essas despesas em R$ 5,6 bilhões, e o Bradesco aumentou suas reservas totais (incluindo outras possíveis situações de estresse) em R$ 388 milhões.

Para analistas, isso indica que os bancos privados estão se preparando para voltar à concorrência do mercado de crédito, após um ano de digestão da inadimplência e opção por linhas de crédito mais seguras (com menos calote), porém com menos retorno.

O BB, por sua vez, chegou mais tarde a esse estágio de dissolução de problemas e deve pisar novamente no freio do crédito em 2014.

A expectativa de crescimento da carteira de crédito do Banco do Brasil, divulgada ontem, indica essa posição mais comportada. Depois de aumentar os empréstimos em 24% em 2012 e 19% em 2013, o banco estatal projeta um crescimento entre 14% e 18% neste ano.

O próprio governo vem afirmando que pretende reduzir o impulso dos bancos estatais (BB, Caixa e BNDES) na concessão de empréstimos, como resposta às críticas das agências de classificação de risco na avaliação (negativa) em suas contas.

"O BB fez o movimento contrário dos bancos privados, foi dando crédito e a conclusão foi uma piora na qualidade de sua carteira de financiamentos. Não houve adequação do BB ao cenário econômico, diferentemente do que aconteceu com os bancos privados", afirma Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.

CRÍTICAS

Os executivos do banco estatal não aceitam a crítica, afirmam que o crédito aumentou dentro do que era esperado (entre 17% e 21%) e que a inadimplência foi reduzida no ano passado.

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou ontem que o banco pretende em 2014 responder à demanda crescente por crédito de empresas para infraestrutura e do agronegócio. Nesses segmentos os bancos privados têm atuação mais tímida do que o estatal.

O executivo disse, porém, que a expectativa de alta moderada dos empréstimos pode ser revista para cima ao longo ano.

"Não sabemos se haverá essa concorrência [dos bancos privados] imediatamente ou se levará tempo", disse Bendine. "Mas a expectativa é que a gente mantenha esse share [fatia de mercado de 21%, o que lhe garante a liderança do setor]."

O crédito oferecido pelos bancos públicos superou 50% do estoque de empréstimos no ano passado. Em média, o mercado ampliou seus empréstimos em 14% em 2013, mas os bancos privados cresceram menos: 6%, segundo dados do BC.

"Eu não diria que o BB vive a ressaca da estratégia do governo, mas é possível prever que os privados vão recuperar sua fatia de mercado", afirmou Erivelto Rodrigues, da Austin Rating.


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