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Eike entrega plano de recuperação de petroleira
OGX propõe converter dívida em ações
A OGX, de Eike Batista, entregou ontem na Justiça do Rio seu plano de recuperação judicial, em que a petroleira propõe converter em ações a dívida de cerca de US$ 5,8 bilhões. Os credores terão 30 dias para se manifestar.
Se houver objeções, o plano será votado em uma assembleia de credores, que deve ocorrer no fim de março.
A proposta segue os moldes do que foi acertado com os detentores dos bônus da empresa no exterior em acordo na véspera do Natal.
A OGX também informa que conseguiu um empréstimo de R$ 215 milhões com alguns credores, que será liberado em duas parcelas (R$ 125 milhões e R$ 90 milhões).
O dinheiro será utilizado para tocar as operações. O credores dispostos a injetar essa quantia ficarão com a maior parte da empresa.
Conforme o plano entregue à Justiça, ao qual a Folha teve acesso, os credores que participarem da primeira parcela do novo empréstimo ficarão com 41,97% da OGX, enquanto os responsáveis pelo segunda fatia terão 23,03% --totalizando 65%.
Os demais credores --incluindo a OSX-- terão 25%. A participação de Eike será de 5,02%, embora ele tenha direito a mais uma fatia, porque é controlador da OSX. Os minoritário ficam com 4,98%.
Quem desejar poderá receber até R$ 30 mil parcelados em 12 vezes --prerrogativa que deve ser usada por credores de valores baixos. A OGX não tem dívidas bancárias ou trabalhistas.
O plano libera Eike do compromisso de injetar US$ 1 bilhão na petroleira.
"A nossa expectativa é que o plano seja aprovado. É a melhor alternativa para a companhia, os credores, os empregados e para o Brasil, já que a OGX contribuiu com a exploração de petróleo no país", disse Márcio Costa, do escritório Sérgio Bermudes, que representa à empresa.
É bem provável, porém, que haja objeções. Um grupo de 30 credores reclama que não participou da primeira parcela do empréstimo de "dinheiro novo", que é exatamente o que vai garantir a maior fatia da empresa.
