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BC vê 2º trimestre de queda da economia

Índice IBC-Br aponta recuo de 0,17% no quarto trimestre, em relação ao anterior; em 2013, alta foi de 2,52%

Economia em 2014 ainda é incerta, mas analistas veem chance de recuperação já no próximo trimestre

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

A atividade econômica brasileira experimentou dois trimestres consecutivos de queda na segunda metade de 2013, informou ontem o Banco Central.

Houve recuo de 0,17% nos três últimos meses do ano, repetindo o desempenho ruim do período anterior, quando houve retração de 0,21% na economia.

Analistas ouvidos pela Folha afirmam que o indicador do BC é um importante referencial, mas ponderam que o cenário de recessão econômica envolve ainda o desempenho de outros indicadores, como emprego em queda e diminuição da renda das famílias, o que ainda não ocorre no país.

"Não existe uma regra para classificar uma economia em recessão e há um debate acadêmico sobre isso. Mas o fato é que estamos em estado de alerta. Não há dúvida", afirma Fábio Silveira, diretor de pesquisa econômica da consultoria GO Associados.

Apesar da retração no segundo semestre, o país fechou 2013 com expansão econômica de 2,52%, avanço maior do que o verificado no ano anterior, quando a economia cresceu apenas 1,64% de acordo com o IBC-Br, indicador da atividade econômica do BC.

O indicador já foi considerado uma "prévia" do PIB, mas deixou de ser usado desta forma, já que os resultados podem não ser próximos aos do IBGE.

Em 2012, o instituto calculou o crescimento da economia em 0,9%, revisando-o depois para 1%.

Para 2013, o IBGE também apurou retração econômica de 0,5% no terceiro trimestre, mas o dado sobre os últimos três meses do ano ainda não foi divulgado.

DEZEMBRO

Os resultados da indústria e do varejo em dezembro reforçam a apreensão sobre o resultado oficial do PIB. As informações sobre esses setores, que são apresentadas pelo próprio IBGE, indicaram retração de 1,5% nas vendas do comércio varejista e de 3,5% na atividade industrial no último mês do ano.

O comportamento da economia em 2014 ainda é incerto, mas alguns analistas apostam em recuperação já no próximo trimestre, mesmo que tímida.

Segundo Bráulio Borges, economista da consultoria LCA, o monitoramento de indicadores como o de vendas de veículos e da produção de embalagens de papelão indica que a indústria deve recuperar a atividade no início deste ano.

Além disso, o calor excessivo ajudou a aumentar as vendas de aparelhos domésticos e bebidas e impulsionou o consumo de energia elétrica, que tem peso importante no cálculo do PIB.

"Não vai ser uma reação brilhante. Para o resultado do ano não faz muita diferença, porque há antecipação de compra, mas no curto prazo há impacto sim", afirma.

O último relatório Focus, que reúne as estimativas de analistas e instituições privadas, aposta num crescimento econômico de 1,9% no ano.

Ontem, contudo, alguns bancos revisaram para baixo sua projeção, diante dos dados de dezembro e do receio sobre os efeitos da crise Argentina.

O Itaú fez um corte expressivo, rebaixando de 1,9% para 1,4% a expansão do PIB. Para o banco, a economia ficará estagnada no primeiro trimestre do ano.

O Bradesco calcula que as dificuldades econômicas da Argentina podem reduzir as exportações brasileiras em US$ 3,9 bilhões este ano.


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