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3 Estados elevam recursos para abater dívida

Apenas PR, RN e SE aumentaram saldo entre receitas e despesas ao longo de 2013

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Apenas três governos estaduais elevaram no ano passado a poupança destinada ao abatimento da dívida pública, num sinal do afrouxamento generalizado da política fiscal no país.

Conhecido como superavit primário, o saldo resultante da diferença entre receitas e despesas com pessoal, custeio e investimentos só cresceu no Paraná, no Rio Grande do Norte e em Sergipe.

Levantamento feito pela Folha mostrou que em metade dos 26 Estados e no Distrito Federal as receitas foram insuficientes para cobrir os gastos. Ou seja, os governos "despouparam".

Além dos três mencionados acima, os Estados superavitários são: Alagoas, Ceará, Pará, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. O levantamento não incluiu o Amapá, cujos dados não estavam disponíveis.

Não há, porém, grandes diferenças de orientação entre os Estados superavitários e os deficitários. De uma maneira geral, os dois grupos promovem uma expansão de despesas incentivada pelo governo Dilma Rousseff.

Na tentativa de elevar as obras de infraestrutura e tirar a economia da estagnação, a União autorizou os governadores a elevar suas dívidas para investir mais.

A economia não reagiu, mas os investimentos estaduais de fato cresceram nos últimos dois anos, saindo da casa dos R$ 36 bilhões para algo em torno dos R$ 55 bilhões anuais.

Por isso são tão poucos os casos de aumento do superavit primário. O mais importante deles, Paraná, está ligado não a um controle das despesas, mas a um forte crescimento das receitas em 2013.

Os gastos paranaenses aumentaram 6,6% acima da inflação, mas a arrecadação cresceu ainda mais, 12,5%.

Questionada, a Secretaria da Fazenda do Paraná relatou que a receita cresceu em razão de uma série de ações de combate à sonegação e à inadimplência.

No caso do ICMS, principal imposto estadual, o fisco paranaense criou novas regras para a tributação dos setores de telecomunicações e combustíveis, estratégicos para a arrecadação.

Do ponto de vista de um governador, queda do saldo fiscal ou mesmo deficit temporário não é necessariamente ruim --os investimentos podem gerar ganhos econômicos e sociais no futuro.

A piora generalizada das contas estaduais, no entanto, criou obstáculo para a política fiscal de Dilma, cujos resultados hoje são questionados por investidores. O governo pretende fixar meta de superavit capaz de sinalizar maior austeridade, mas será difícil contar com alguma ajuda dos Estados.


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