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Empresários criticam Dilma e falam até em 'volta, Lula'
Executivos de grandes companhias se reuniram com parlamentares em Brasília; Mantega também foi alvo de queixas
Empresários de algumas das maiores companhias do país transformaram um jantar na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em palco para ataques à política econômica do governo Dilma.
Segundo apurou a Folha, houve críticas diretas ao ministro Guido Mantega (Fazenda) e até discursos em defesa do "volta, Lula".
O encontro, que ocorreu na noite de terça-feira, reuniu grande empresários de diversos setores, como construção, siderurgia, bebidas, telefonia, transportes, petroquímica e agronegócio.
Entre os convidados, estavam Jorge Gerdau Johannpeter, o presidente da Gerdau (siderurgia), Pedro Mariani, vice-presidente da Ambev (bebidas), Gustavo Barreto, do grupo Queiroz Galvão (infraestrutura), e José Antonio Fernandes Martins, da Marcopolo (veículos).
Segundo congressistas, a principal queixa do empresariado foi sobre a falta de um canal de negociação aberto com o Palácio do Planalto, em especial com a presidente Dilma Rousseff.
Sobraram ainda queixas sobre o que os empresários classificaram de estilo intervencionista da petista, além da morosidade nas decisões e investimentos para o país.
A avaliação de alguns dos presentes no encontro de terça-feira é que o Brasil vive uma crise de credibilidade internacional que afeta o crescimento da economia.
VOLTA, LULA
Na esteira dessa reclamação, vários dos empresários presentes disseram que seria bom o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que, segundo eles, tinha sensibilidade com suas demandas e habilidade para negociar alternativas.
A presidente Dilma também foi repreendida por segurar no governo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mesmo com uma gestão que, de acordo com os presentes, ficou manchada por manobras fiscais.
O jantar tinha como pano de fundo a discussão de uma agenda econômica para a Câmara. A ideia era fechar uma pauta de interesse dos empresários, potenciais financiadores das campanhas eleitorais, fugindo dos temas impostos pelo Executivo.
De acordo com parlamentares, o Congresso tem apenas referendado os temas econômicos determinados pelo Planalto.