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Governo fará 'sacrifício extra' para bancar luz

'Não está previsto o aumento de tributos, embora isso possa ocorrer', afirma Mantega

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

O governo pode fazer um "sacrifício suplementar" para dar conta de despesas extras com eletricidade neste ano, afirmou ontem o ministro Guido Mantega (Fazenda).

A previsão no Orçamento é que o governo gaste R$ 9 bilhões neste ano, devido ao uso mais intenso de termelétricas (energia mais cara) com a falta de chuvas. Previsões das empresas do setor, entretanto, informam que a cifra pode chegar a R$ 18 bilhões.

"Por enquanto, não está claro se vai haver aumento de despesas com energia em 2014 e como vamos distribui-las entre o setor público e as tarifas de energia", afirmou ele, indicando que consumidores vão dividir com o governo eventuais custos do aumento da eletricidade.

"O governo está prepara- do para cobrir eventuais despesas adicionais. Faremos, se necessário for, um sacrifício suplementar e poderemos ter outras fontes de receita que não foram previstas neste Orçamento."

A frase soa como senha para uma alta de impostos, mas Mantega negou, por ora, a intenção, em teleconferência com jornalistas estrangeiros.

"Não está previsto o aumento de tributos, de impostos, embora isso possa ocorrer. É uma espécie de reserva que nós temos, se for necessário para melhorar a arrecadação", disse.

Ele respondia a uma pergunta sobre como viabilizar um aumento de 10% das receitas do governo em um ano cujo crescimento da economia tende a ser menor.

A previsão de analistas é que o PIB deve crescer 1,8% neste ano, menos do que em 2013. O crescimento menor tende a deprimir a arrecadação de impostos.

Mantega reafirmou que a previsão é "realista", termo que já havia utilizado durante a divulgação da meta fiscal anteontem em Brasília. E ponderou que a estimativa contempla um aumento de 8% na arrecadação de impostos. A receita adicional virá de outras fontes, como o leilão da banda larga 4G.

Em suas declarações, o ministro afirmou que a dificuldade de o governo cumprir as metas fiscais no passado (como em 2012 e 2013) se deveu à crise externa, que abalou o crescimento do Brasil.

O governo se comprometeu em economizar 1,9% do PIB, ou R$ 99 bilhões. Os recursos são usados para pagar parte da dívida pública.

"Nós acreditamos que o Brasil tem condições de manter a solidez das contas públicas e uma trajetória de crescimento da economia, de modo que o nosso rating deve se manter nas condições atuais", afirmou, referindo-se à nota de crédito do país pelas agências de classificação de risco.

A meta fiscal é um dos requisitos observados por essas instituições para avaliar a nota do país, parâmetro usado por investidores para escolher onde aplicar seus recursos.

Mantega enfatizou que duas agências (Moody's e Fitch) emitiram notas "e aparentemente receberam bem" a proposta do governo.

E acrescentou que o fluxo de capitais para o país foi positivo em janeiro.

Para ele, os investidores estrangeiros serão atraídos pela taxa de juros mais elevada no país. Mas disse que esse movimento só deverá se intensificar em um ambiente de dólar menos volátil no Brasil.


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