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Falhas sucessivas retardaram fim de apagão no Nordeste

Energia poderia ter voltado antes após blecaute em 2013, mostra documento obtido pela Folha

JÚLIA BORBA DE BRASÍLIA

Seis falhas sucessivas retardaram o fim do apagão que deixou os nove Estados do Nordeste às escuras, por ao menos duas horas e meia, em agosto do ano passado.

A dificuldade em religar o sistema está descrita em documento interno do ONS (Operador Nacional do Sistema), obtido pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.

De acordo com o texto, que faz uma análise do episódio, houve falhas como subtensão nas linhas e falta de proteção dos equipamentos para conter a variação de frequência, além de uma problema que já havia sido identificado em duas outras ocasiões --em agosto de 2011, havia exatos dois anos desse apagão ocorrido no Nordeste, e em janeiro de 2012.

Essa falha reincidente estava no sistema de proteção da subestação de Ribeiro Gonçalves (PI), que, sem atuar como deveria, acabou desligando quatro disjuntores. Por causa disso, uma das tentativas de religamento automático da linha, que poderia ter abreviado o apagão, não funcionou.

Quando a falha foi detectada pelo ONS anteriormente, foram feitas algumas recomendações e modificações no processo de funcionamento desse sistema de proteção.

"Em uma primeira análise, essas ações não foram suficientes para evitar atuações incorretas dessa proteção para falhas externas", conclui agora o documento do ONS.

Procurado pela reportagem, o ONS acrescentou que "não ficou comprovado que os problemas ocorridos tiveram a mesma origem e causa, e, sim, que atingiram a mesma proteção".

Apesar da descrição do relatório que mostra a série de falhas durante a tentativa do ONS de restabelecer o sistema, o operador afirmou que apenas uma delas, a perda de geração térmica, teria "agravado" as "condições sistêmicas antes do blecaute".

HISTÓRICO

O blecaute no Nordeste começou com um curto-circuito, provocado por um incêndio nas proximidades de uma linha de transmissão no Piauí, que liga Ribeiro Gonçalves a São João do Piauí.

A queimada se deu a uma distância aproximada de 205 quilômetros da subestação de Ribeiro Gonçalves.

A falha foi eliminada em poucos minutos. No entanto, outro curto, em razão da mesma queimada, tornou a derrubar o sistema. O segundo circuito da linha também foi afetado e parou de funcionar. Esses desligamentos provocaram oscilações de potência entre o Nordeste e o restante do sistema nacional.

Outras três linhas caíram em decorrência do problema e o Nordeste ficou isolado do restante do país. O resultado foi um deficit de 40% de energia nos Estados nordestinos.

MENOS CARGA

Ontem, o ONS reduziu a estimativa de aumento de carga no sistema elétrico do país em fevereiro, de 13,8% para 8,9%, em razão da diminuição da temperatura e da previsão de que o clima continue mais ameno até o fim do mês.


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