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A trava e as chaves

Avanço do Brasil em infraestrutura é lento

Nota média dos dez países que mais progrediram na área entre 2005 e 2013 aumentou o dobro da brasileira

Dados do Fórum Econômico Mundial indicam que Indonésia, Geórgia e Albânia são os que mais avançaram

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

Os avanços na área de infraestrutura do Brasil acontecem em ritmo lento se comparados aos alcançados pelos países que têm feito grande progresso nessa área.

A nota que o Fórum Econômico Mundial atribui à qualidade da infraestrutura brasileira subiu 0,7 ponto entre 2005 e 2013.

No mesmo período, o aumento médio nas avaliações das dez nações que mais avançaram nesse quesito foi quase o dobro (1,3 ponto).

A qualidade de aeroportos, estradas e portos é considerada um importante propulsor do crescimento econômico e, portanto, da renda.

Os mercados emergentes que almejam atingir maior nível de desenvolvimento econômico precisam empreender grande esforço para fechar o hiato na qualidade da infraestrutura que os separam dos países ricos.

É o que têm feito Indonésia, Geórgia e Albânia, as três primeiras colocadas no ranking das que mais avançaram nas notas para infraestrutura atribuídas pelo Fórum nos últimos oito anos.

"O governo albanês se deu conta de que o desenvolvimento da infraestrutura é crucial para atrair investimentos de fora", afirma Gabriel Partos, economista da consultoria EIU (Economist Intelligence Unit).

Segundo Partos, sucessivos governos do país do Leste Europeu tiveram a infraestrutura como prioridade: "Isso resultou em realizações impressionantes".

Ele cita como exemplo a rodovia Durres-Kukes, que liga o mar Adriático a Kosovo através da Albânia, construída por um consórcio turco-americano. O investimento reduziu pela metade o tempo gasto no trajeto.

Há casos de emergentes que já têm nota relativamente elevada em comparação a seus pares --como Rússia, China e Turquia--, mas continuam progredindo em ritmo rápido.

RECEITA

Segundo Pedro Rodrigues de Almeida, chefe da área de infraestrutura e desenvolvimento urbano do Fórum, há fatores que sempre precisam ser considerados para garantir a eficiência dos projetos.

Se a opção for por financiamento do governo, os modelos de gestão têm de garantir a eficiência do projeto e a rentabilidade do investimento.

Esse é um dos pontos mais críticos do modelo brasileiro.

A proeminência do BNDES como financiador dos projetos de infraestrutura aumentou nos últimos anos.

Para economistas, a capacidade do banco de analisar a eficiência dos projetos é limitada. Por isso, exige uma série de garantias que acabam sendo uma barreira para muitas empresas.

Segundo o economista Claudio Frischtak, os países que conseguem grandes avanços em infraestrutura normalmente têm mecanismos de mercado para garantir o financiamento, que envolvem seguradoras.

"As seguradoras têm experiência na avaliação dos projetos, conseguem estabelecer melhor as garantias", diz.

Para o economista, que é sócio da consultoria Inter.B, no Brasil, o setor público ainda ocupa espaço excessivo na infraestrutura.

Almeida ressalta que a participação do setor privado poderia aumentar se o governo brasileiro melhorasse a regulação e os mecanismos de controle de riscos. Ele cita os atrasos das obras do PAC como uma das explicações para o progresso lento do Brasil na área de infraestrutura.


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