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China muda hábito secular e se desapega de dinheiro em papel

Emissão de cartão de crédito cresce 19% em 2013, diz BC chinês

DO "FINANCIAL TIMES", EM XANGAI

A China abandona rapidamente o hábito secular de pagar as contas com dinheiro vivo e faz a transição para formas virtuais de pagamento em velocidade mais rápida que a de qualquer outro país.

São 2 bilhões de cartões de banco em circulação, o que bastaria para que cada morador da China continental portasse ao menos três deles.

O número de cartões bancários de débito é 10 vezes maior que o de crédito (3,8 bilhões ante 391 milhões), mas as emissões de cartões de crédito também cresceram 19% em 2013, segundo dados do banco central chinês.

A Euromonitor prevê que o uso de cartões de crédito crescerá mais rápido que o de outros cartões nos próximos cinco anos.

O saldo devedor em atraso (não pago há ao menos seis meses) dos cartões de crédito chineses subiu 72%. Mas o panorama não é semelhante ao do endividamento das famílias nos EUA: as dívidas em atraso dos chineses com as operadoras de cartão de crédito equivalem a 1,37% do total de crédito em circulação.

O abandono do uso de dinheiro é notável em um país que foi o primeiro a imprimir dinheiro em papel, um milênio atrás. Até recentemente, pagamentos em dinheiro eram tão populares na China que até aquisições como casas e carros eram pagas com fardos de notas portando o retrato de Mao Tsé-Tung.

A baixa criminalidade urbana faz do país um dos lugares de menor risco para quem porta grandes quantias em dinheiro. E décadas de privações, somadas a uma rede de seguridade social bastante rudimentar, fizeram com que os chineses mais velhos desenvolvessem um temor de dívidas e a inclinação a manter o patrimônio fisicamente perto do proprietário.

Mesmo assim, a MasterCard constatou em estudo mundial recente que a China faz a transição do dinheiro vivo para outros meios de pagamento mais rápido que qualquer país pesquisado, resultado da urbanização e de políticas públicas para encorajar pagamentos com outros meios que não cédulas.

Recente pesquisa da Nielsen constatou que 71% dos consumidores nas cidades mais prósperas da China dizem preferir cartões bancários a dinheiro, ante uma média de 50% nos demais países pesquisados.

Os apps para pagamento com aparelhos móveis ganham popularidade, como forma fácil de pagar por pequenas despesas como táxis e ingressos de cinema.

"A adesão aos cartões de crédito disparou nos dois ou três últimos anos devido ao crescimento explosivo do varejo online", diz Saurabh Sharma, da Ogilvy & Mather de Pequim. "Os chineses compram quase qualquer coisa on-line, inclusive legumes e verduras frescos."


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