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Acerto pode esquentar fusão de ALL e Cosan

Fundos, que estão insatisfeitos com valor da oferta, contrataram banco Plural para representá-los nas negociações

Pela proposta feita no mês passado, acionistas da Rumo (da Cosan) teriam fatia de 36,5%, e os da ALL, 63,5%

DAVID FRIEDLANDER DE SÃO PAULO

Os fundos de pensão Previ, Funcef e o fundo de investimento BRZ contrataram anteontem o banco de negócios Brasil Plural para representá-los na negociação para fusão das operadoras de ferrovias ALL (da qual são sócios) e Rumo, do grupo Cosan.

Essa contratação deve esquentar a negociação, uma das maiores e mais delicadas em curso no país.

A fusão, que criaria uma empresa avaliada em R$ 11 bilhões, mexe com vários interesses --dos acionistas das empresas, do governo e dos produtores de soja do Centro-Oeste, clientes das ferrovias.

Para ser aprovada, a operação depende das fundações e da BRZ, que reagiram mal à proposta apresentada no fim do mês passado pela Cosan.

Há muito tempo de olho na ALL, o grupo do empresário Rubens Ometto ofereceu em fevereiro R$ 10,18 por ação.

Na empresa que resultaria da fusão, os acionistas da Rumo teriam participação de 36,5%, e os da ALL, 63,5%.

A partir da nova configuração, as fundações e a BRZ não fariam mais parte do bloco de controle, posição que ocupam hoje.

Os fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) e Funcef (Caixa), a BRZ e o banco Plural não quiseram comentar a contratação. Mas a Folha apurou que o banco foi chamado porque as fundações se sentiram excluídas das negociações, conduzidas até agora pelos empresários Wilson De Lara e Ricardo Arduini, principais acionistas da ALL, com apoio do BNDES, outro sócio relevante.

O banco Plural já está trabalhando na avaliação da proposta e vai negociar em nome dos fundos.

A princípio, as fundações querem colocar dois pontos na mesa: o preço atribuído às ações da ALL, que acham baixo; e a colocação de dinheiro novo na operação, para capitalizar a nova empresa.

"Ninguém quer melar a operação. Queremos melhorar as condições do negócio", diz um profissional envolvido nas discussões, que pediu que não fosse identificado.

Os fundos também ficaram incomodados com a remuneração da Estáter, consultoria contratada pela ALL para negociar a fusão, que consideraram elevada.

Dependendo das condições do negócio, o valor pago à consultoria pode chegar a R$ 70 milhões. A Estáter não quis comentar o assunto.

Os acionistas da ALL têm até 5 de abril para responder se aceitam ou não a proposta da Rumo. Na semana que vem, eles devem se reunir para avaliar a oferta e se posicionar a respeito.

Quando a proposta veio a público, dias antes do Carnaval, o diretor-presidente da Cosan, Marcos Lutz, descartou a possibilidade de fazer uma nova oferta aos acionistas da ALL.

Essa é a segunda vez que o empresário Rubens Ometto tenta incorporar a ALL.

Na primeira, dois anos atrás, ele ofereceu cerca de R$ 900 milhões para entrar no bloco de controle. Naquela ocasião, restrições impostas pelos fundos impediram a operação, depois de negociações que se arrastaram por cerca de um ano.


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