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Exportação de milho despenca e pesa mais que Argentina na balança

Vendas do grão caem US$ 830 mi no 1º bimestre, ante comércio US$ 317 mi menor com vizinho

Em 2012 e no início de 2013, Brasil ocupara espaço dos EUA, cuja produção havia recuado devido a forte seca

RICARDO MIOTO DE SÃO PAULO

As exportações brasileiras de milho caíram, só em janeiro e fevereiro, US$ 830 milhões, em comparação com os mesmos meses de 2013.

Isso ajudou a piorar a balança comercial do país: no primeiro bimestre deste ano, o Brasil importou US$ 6,1 bilhões a mais do que exportou, o pior resultado da história.

O milho teve um impacto bem maior do que a tão citada redução das exportações para a Argentina, que foi de US$ 317 milhões, na soma de todos os produtos, também na comparação com primeiro bimestre de 2013.

A explicação para isso passa pelos Estados Unidos.

A forte exportação de milho pelo Brasil em 2012 e no começo de 2013 foi atípica. O país ocupou o vácuo dos Estados Unidos, grande produtor de milho, mas muito prejudicado por uma forte seca nesse período.

Com o retorno do milho americano em 2014, os produtores brasileiros, "exportadores de ocasião", perderam novamente parte do mercado global.

Os países que mais deixaram de importar milho do Brasil foram Coreia do Sul, Japão, Taiwan e os próprios Estados Unidos, que tiveram uma falta tão grande do produto que procuraram o Brasil para suprir seu enorme programa de etanol derivado do grão.

No primeiro bimestre deste ano, com a normalização da produção americana, a exportação brasileira de milho para lá caiu 99,7%.

Embora seja natural que os americanos dominem o mercado de milho --eles produzem 300 milhões de toneladas ao ano, ante 70 milhões do Brasil--, os especialistas concordam que o Brasil poderia vender mais.

BARREIRAS

A grande barreira é logística. Os fretes entre Mato Grosso, grande produtor nacional, e os portos são caros.

"Da porta da fazenda para dentro, competimos com os americanos com um pé nas costas", diz Alysson Paolinelli, presidente da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho).

"Você tem de levar em conta que o Brasil é um país tropical. A janela de plantio nos Estados Unidos é muito menor. Sem os subsídios de lá e a carga tributária daqui, nosso milho é muito mais barato."

Paolinelli cita ainda as dificuldades de gestão do estoque no Brasil, em razão das limitações na infraestrutura de armazenamento.

Anderson Galvão, da Céleres Consultoria, diz ainda que, além da queda na quantidade de toneladas exportadas, há uma redução no preço internacional do milho, o que também ajuda a diminuir o valor das exportações.


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