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Dilma se irrita e Previdência volta atrás sobre deficit

Ministro havia dito que rombo deveria ficar em R$ 50 bi neste ano, e não em R$ 40,1 bi, como estimou o governo

Presidente teme que declaração afete nota dada ao Brasil pela agência de risco S&P, que visitara Brasília

VALDO CRUZ EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff ficou irritada com a entrevista do ministro Garibaldi Alves (Previdência) classificando de subestimado o cálculo do governo sobre o deficit previdenciário.

Na análise do governo, a declaração do ministro provocou um "estrago na imagem do país" e poderia afetar a avaliação da agência Standard & Poor's (S&P) sobre as contas públicas.

A agência se reuniu com o governo na semana passada, para avaliar se mantém ou rebaixa a classificação do grau de risco em investimentos na dívida brasileira. Embora as classificadoras de risco tenham errado em suas avaliações na crise de 2008, suas notas são acompanhadas pelo mercado e afetam os juros cobrados por credores.

Em entrevista ao jornal "Valor" publicada ontem, Garibaldi afirmou que o deficit na Previdência deve ficar em R$ 50 bilhões neste ano, e não nos R$ 40,1 bilhões divulgados pela equipe econômica.

Ele diz que o número projetado não foi discutido com a Previdência e que "não é a expectativa" do ministério. Lembra que, em 2013, o deficit real no fim do ano ficou acima do previsto pela Fazenda.

O ministro não se reuniu com a missão da agência quando ela foi à Previdência.

A equipe da S&P esteve com técnicos, que apresentaram como oficial a previsão de deficit divulgada pela Fazenda.

A agência levantou dúvidas sobre a possibilidade de cumprimento da meta, já que em 2013 ela não se realizou. Os técnicos argumentaram que a tendência é o deficit cair porque o governo pagou dívidas atrasadas.

Eles também destacaram que o deficit no primeiro bimestre deste ano está inferior em mais de R$ 2 bilhões ao do mesmo período em 2013.

"DESMENTIDO"

Dilma acionou Aloizio Mercadante para "esclarecer" a declaração de Garibaldi. O titula da Casa Civil negociou com a Previdência a divulgação de nota, postada no blog do ministério no final do dia, dizendo que iniciativas vão "trazer resultados bastante significativos já em 2014" e deixar o deficit "num patamar de cerca de R$ 40 bilhões, conforme prevê o governo".

Entre elas, o ministério cita novo modelo de reabilitação de profissionais que recebem auxílio-doença, programa de formalização de trabalhadores autônomos e cobrança de dívidas.

Apesar da irritação de Dilma, a ordem era não transformar o episódio em nova crise com o PMDB, diante das especulações de que Garibaldi, senador peemedebista, teria tentado atingir o governo. Segundo assessores, não foi essa a intenção do ministro.


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