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Pequeno investidor ganha com recompra

Número de ações em circulação diminui após a operação, ampliando valor que o aplicador recebe em dividendo

Procedimento é uma espécie de recado da companhia ao mercado de que sua saúde financeira está boa

DE SÃO PAULO

A recompra de ações na Bolsa pelas empresas aumenta a remuneração do pequeno investidor, afirmam analistas.

Uma razão é que, após o procedimento, o número de ações em circulação no mercado diminui, o que beneficia os minoritários na distribuição de dividendos --parte do lucro da companhia que é paga aos acionistas.

"Suponha que a empresa pagava, antes da recompra, R$ 2 milhões em dividendos para 500 mil ações em circulação, o que daria R$ 4 para cada papel. E, após a operação, sobraram 480 mil ações e o valor do benefício não foi alterado. Logo, cada papel receberá cerca de R$ 4,16", diz Roberto Indech, responsável pela área de estratégias da corretora Rico.com.vc.

A diferença pode não parecer grande, mas, somadas várias ações, o valor pode ser significativo, destaca.

PREÇOS

A recompra também é considerada positiva, afirmam analistas, por ser entendida como uma espécie de recado das companhias aos investidores de que a saúde financeira delas vai bem --tanto que podem investir recursos na operação-- apesar de uma queda geral do mercado.

"A recompra demonstra que a empresa toma as medidas necessárias quando avalia que seus papéis estão com um preço muito abaixo de seu valor justo", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora.

O valor das ações, porém, não necessariamente sobe ou deixa de cair após uma recompra, ressaltam economistas.

Isso porque, em geral, o movimento do mercado está atrelado a fatores abrangentes, como o desempenho da economia doméstica ou um cenário internacional de mais confiança ou incerteza.

Atualmente, por exemplo, pesa contra os preços na Bolsa brasileira a recuperação dos EUA, que atraem mais investimentos estrangeiros em detrimento de mercados emergentes, como o Brasil, e também as desconfianças de investidores globais na capacidade brasileira de superar problemas internos, como inflação em alta e aumento excessivo de gastos públicos.

Nesse contexto é que ocorreu o corte da nota de risco dos títulos públicos do país na semana passada pela agência americana de classificação de risco Standard & Poor's.

O consultor de finanças pessoais Mauro Calil diz que empresas que têm programa de recompra de ações podem ser boa opção aos pequenos investidores, mas que, por si só, esse tipo de estratégia não garante boa rentabilidade.

"É um sinal de que a saúde financeira dessa companhia está bem, com dinheiro sobrando no caixa para realizar esse tipo de operação, mas é preciso olhar para outros elementos, como o pagamento de dividendos que essa empresa realiza", afirma.

O consultor destaca ainda que o aplicador que investe em ações precisa ter foco de retorno do investimento no longo prazo (pelo menos cinco anos). (AF)


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