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Ex-secretário de Collor vira sócio de Furnas
DE SÃO PAULOO sócio misterioso do governo federal na hidrelétrica de Três Irmãos (SP) é Pedro Paulo Leoni Ramos, acionista majoritário da GPI Investimentos e Participações, que adquiriu 50,1% da usina no leilão ocorrido na sexta. Furnas. controlada pela União, detém 49,9% do consórcio.
A GPI comprou o controle de Três Irmãos por meio do fundo de investimento Constantinopla junto com outros quatro investidores ligados à empresa. São eles: Goldenbank Participações; Darjan Participações; Cialo Participações e Cypress Associates Gestão e Participações Ltda.
O grupo foi o único a participar do leilão da usina, que pertencia à Companhia Energética de São Paulo.
Como não quis renovar a concessão, em 2011, o governo paulista se comprometeu a operar a usina até que a União fizesse o leilão. A dificuldade estava em conseguir um sócio privado para o negócio, considerado arriscado.
No dia do leilão, os sócios privados do consórcio deram o lance, mas não compareceram. O gestor do fundo não pôde revelar seus nomes. Caso contrário, estaria infringindo regra da Comissão de Valores Mobiliários.
Chamado de PP, Pedro Paulo Leoni Ramos foi secretário de Assuntos Estratégicos do ex-presidente Fernando Collor, quando foi acusado de comandar esquema de pagamento de propina à Petrobras e a fundos de pensão de estatais. Em 2005, uma de suas empresas foi envolvida em um suposto esquema de exportação fictícia de soja.
As investigações, no entanto, não comprovaram irregularidades em nenhum dos dois casos. A GPI Investimentos não atendeu a reportagem até a conclusão desta edição.
Hoje, a empresa investe em saneamento básico e logística. Na área de energia, participa do Programa Minas PCH, da Cemig, em quatro hidrelétricas de pequeno porte (PCHs). Segundo a Aneel, elas estão em fase preliminar de operação.
Por meio da Minasinvest Participações, também ligada a PP, investiu-se em papéis da Peixe Energia S.A., que pertencia ao empresário Jorge Queiroz, da Rede Energia, empresa que esteve em recuperação judicial e foi vendida para a Energisa, em 2013.
