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Governo teme impacto de preços, e BC eleva juros básicos para 11%

Selic, que em abril de 2013 estava em 7,25%, agora já supera o nível do final do governo Lula

Planalto teme que inflação possa afetar popularidade de Dilma e prejudicar sua candidatura à reeleição

EDUARDO CUCOLO VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

Diante da piora nos índices de inflação e seu efeito sobre a aprovação do governo Dilma, o Banco Central anunciou ontem o nono aumento seguido da taxa básica de juros. A taxa Selic subiu de 10,75% para 11% ao ano.

A decisão foi unânime e já era esperada pelo mercado. Também conta com o apoio do Planalto, preocupado com o risco de a inflação estourar o teto da meta, de 6,5%, em plena campanha eleitoral.

No comunicado divulgado após a decisão, o BC deixou em aberto o que fará na próxima reunião, na última semana de maio.

O BC diz que os juros foram elevados "neste momento" e que "irá monitorar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

O ciclo atual de alta dos juros completou um ano. Em abril de 2013, quando foi iniciado, a Selic estava em 7,25% ao ano. Agora, já supera o nível do final do governo Lula (10,75% ao ano).

Assessores presidenciais trabalham com a possibilidade de mais uma alta na Selic em maio, para 11,25%, caso a inflação continue mostrando resistência ao longo do primeiro semestre deste ano.

O temor é que a alta dos preços afete a popularidade da presidente nas próximas pesquisas, o que pode alimentar pressões para a troca da candidatura de Dilma pela do ex-presidente Lula.

Assessores da presidente lembram que, nas pesquisas internas, a inflação é apontada como um dos principais motivos de desgaste para o governo e que o tema ajudou a reduzir a popularidade de Dilma no ano passado.

Por isso, a ordem é não dar sinais de que o governo está "leniente" no combate à inflação, o que renderia mais munição para a oposição.

Na semana passada, o próprio BC reviu para cima sua estimativa de inflação. Agora, prevê um IPCA (índice oficial de preços ao consumidor) de 6,4% em setembro, com quase 40% de chances de estouro da meta em dezembro.

Ao apresentar esses números, a instituição citou entre os culpados pela piora os problemas climáticos. A seca, por exemplo, levou a um "choque" no preço dos alimentos e deve aumentar ainda mais a conta de luz.

O BC argumenta que, se a Selic não tivesse subido, a inflação estaria mais alta. Diz ainda que parte do aumento no custo do dinheiro ainda não se refletiu nos preços.

Na próxima semana, serão divulgados o IPCA de março, que deve ser o maior em 11 anos, e a ata do Copom.


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