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Choque no bolso

Pessimismo com inflação é o maior desde fim de FHC

65% da população acredita que preços vão se acelerar, segundo Datafolha

Taxa sob Dilma é baixa para padrões históricos, mas ela deve terminar mandato com índice maior que o herdado

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

O atual pessimismo dos brasileiros com a inflação só tem paralelo, em duas décadas desde o Plano Real, com o medido no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.

A parcela da população para a qual a inflação vai aumentar, de 65% apurados pelo Datafolha neste mês, é idêntica à de julho de 2002, nos estertores do governo do tucano.

Uma análise da evolução histórica das expectativas para a inflação -do público em geral, não dos especialistas- mostra que são raras avaliações tão negativas sobre a evolução dos preços.

É possível notar também coincidências entre a piora dos prognósticos e a da popularidade do governo de turno, ainda que nem sempre se possam estabelecer relações de causa e efeito.

Nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, que governou entre 2003 e 2010, o percentual dos que acreditavam em uma aceleração dos preços nunca chegou aos 50%, de acordo com o Datafolha.

No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, esse patamar foi ultrapassado uma única vez, em um breve momento de crise financeira em março de 1995, no início da gestão.

O segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002) e o governo Dilma Rousseff (que teve início em 2011) mostram conjunturas e julgamentos diferentes.

No caso do tucano, foram quatro anos de pessimismo elevado e estável. Havia sido abandonado o controle das cotações do dólar que mantinha os preços moderados, criando incerteza sobre o futuro do Real.

A inflação, na época, era bem superior à atual. O IPCA (índice oficial de inflação) anual mais baixo registrado foi de 5,97%, em 2000. Dois anos depois, chegou a 12,5%, impulsionado pelas incertezas eleitorais sobre uma então possível vitória de Lula.

Já a petista herdou um eleitorado mais otimista, embora a inflação já estivesse em alta no final do governo Lula. A partir de 2012, os humores passaram a piorar.

POPULARIDADE

Fernando Henrique Cardoso amargou baixa popularidade ao longo de seu segundo mandato, quando o percentual dos que consideravam o governo bom ou ótimo variou entre 13% e 31%.

A aprovação do governo Dilma Rousseff, que chegou a um pico de 65%, caiu a 30% durante as manifestações populares de junho do ano passado e, na mais recente pesquisa do Datafolha (divulgada no sábado passado), baixou de 41% para 36%.

A presidente governa com uma inflação relativamente baixa para os padrões históricos do país, mas, ao contrário dos dois antecessores, deve encerrar o mandato com taxas superiores às herdadas.


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