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Choque no bolso

Governo vê margem de manobra reduzida

Planalto já cogita nova alta de juros e, se preciso, adiar reajuste da gasolina

Para assessores de Dilma, cotação do dólar em R$ 2,20 ajudaria a compensar pressões de aumento da inflação

VALDO CRUZ NATUZA NERY DE BRASÍLIA

A inflação de março medida pelo IPCA foi classificada internamente pelo governo de "muito ruim" e "preocupante" porque a "margem de manobra" da política econômica está reduzida.

O índice de 0,92% em março reforça, na avaliação de assessores, a recomendação do ex-presidente Lula de recuperar a credibilidade da ação do governo na economia.

Lula e o Palácio do Planalto temem o impacto da inflação elevada na popularidade da presidente Dilma no ano em que ela vai tentar a reeleição. O governo já trabalha com o cenário de que o teto da meta de inflação, de 6,5%, será superado no segundo semestre, às vésperas da eleição presidencial.

Agora, a expectativa recai sobre o índice deste mês. O governo conta com um recuo do IPCA em abril, a partir de uma queda nos preços dos alimentos e da desvalorização do dólar registrada nas últimas semanas.

O problema é que no mercado já se trabalha com um índice na casa de 0,80% em abril, enquanto o governo esperava uma variação mais próxima de 0,60%.

Caso o resultado deste mês continue ruim, o governo já cogita a possibilidade de prolongamento do ciclo de alta dos juros por parte do BC.

No início do mês, o Banco Central elevou a Selic para 11% e deixou em aberto, no comunicado que acompanhou essa decisão, quais serão seus passos na reunião do Copom de maio.

Um cenário mais negativo na inflação pode levar o governo a postergar para depois das eleições um aumento dos combustíveis, previsto inicialmente para junho.

AJUDA DO DÓLAR

Para segurar os preços, o governo conta com o recuo da taxa cambial, que fechou ontem abaixo de R$ 2,20. O dólar mais baixo ajudaria no combate à inflação neste ano.

O problema, segundo assessores, é que a margem de manobra é estreita nessa área. Se forçar uma queda maior no valor do dólar, o governo vai prejudicar a indústria e contribuir para o risco de fechar o ano com um deficit na balança comercial.

Na avaliação de assessores, o ideal é que a taxa se estabilize em R$ 2,20 ou levemente abaixo deste valor.

O governo não enxerga, tampouco, espaço para aumentar o seu ajuste fiscal (contenção de gastos públicos) em 2014, que poderia auxiliar o BC a segurar os preços. A meta de economia de gastos para pagamento da dívida, de 1,9% do PIB, já é vista como elevada num ano eleitoral.


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