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BC vê eficácia no combate à inflação

Apesar de preços não desacelerarem, autoridade monetária sinaliza considerar satisfatórios resultados de sua política

Em entrevista a jornal dos EUA, presidente do BC diz que interromper o aumento da Selic é 'uma possibilidade'

GUSTAVO PATU EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

Um dia após a surpresa desfavorável com a inflação de março, o BC defendeu sua política monetária e encorajou apostas em um encerramento do ciclo de alta dos juros.

Apesar de os preços não mostrarem desaceleração após um ano de alta gradual de sua taxa, a Selic, o BC indicou que considera os resultados satisfatórios.

"De modo geral, as trajetórias de importantes indicadores econômicos durante o atual ciclo de ajuste da taxa Selic, bem como as perspectivas para essas trajetórias nos próximos trimestres, apresentam-se em linha com o que se poderia antecipar."

Menos vago do que aparenta, o trecho foi incluído na ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária, que decidiu pela elevação dos juros de 10,75% para 11% ao ano.

Foi o nono aumento seguido da taxa, que há um ano estava em 7,25%, patamar historicamente baixo utilizado como trunfo político do governo Dilma Rousseff.

De lá para cá, a inflação não cedeu e permanece bem acima da meta de 4,5% -com o 0,92% de março, chegou a 6,15% em 12 meses, perto do limite de tolerância de 6,5%.

"As informações disponíveis sugerem que os impulsos monetários introduzidos na economia desde abril de 2013 têm se propagado normalmente por intermédio dos principais canais de transmissão e que assim tendem a continuar nos próximos trimestres", disse o BC.

Em outras palavras, a alta de juros já teria provocado impactos na economia que, mais cedo ou mais tarde, conterão a escalada dos preços.

Esses impactos não são chamados claramente pelo nome, mas, entre eles estão, presumivelmente, a freada do consumo e o recuo das cotações do dólar.

Em uma declaração publicada pelo americano "Wall Street Journal", o presidente do BC, Alexandre Tombini, considerou "uma possibilidade" a interrupção da trajetória de alta da Selic.

O aperto monetário já foi bem além do esperado pelo mercado neste ano eleitoral, o que ajuda a explicar a expectativa de parada. A inflação, no entanto, não colabora com a tese.

Na própria ata do BC, relata-se que a projeção de alta dos preços foi elevada para este ano e o próximo -não se informa a taxa calculada.

"Cadê essa transmissão da política monetária para a inflação?", pergunta Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global, para quem o BC pode pôr em risco sua credibilidade.

Para André Perfeito, da Gradual Investimentos, "o BC não quer, mas vai ter que subir a Selic". Defensor da taxa atual, o economista crê que o mau humor do mercado forçará o BC a dar sinais adicionais de austeridade.

O Itaú Unibanco, a LCA Consultores e o BES Investimento consideram que a Selic deve encerrar o ano no patamar atual ou em até 11,25%.


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