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Altas da inflação e do juro elevam custo da dívida em R$ 30 bi

Tesouro nacional deve gastar R$ 207 bi em 2014 para pagar rolagem de títulos atrelados ao IPCA e à Selic

Valor extra equivale a quase um terço da meta de economia do setor público para a redução da dívida pública

MACHADO DA COSTA DE SÃO PAULO

Com a alta da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e a consequente elevação da taxa básica de juros (Selic) para conter os preços, o custo de rolagem da dívida pública deve subir ao menos R$ 30 bilhões neste ano, de acordo com levantamento feito por economistas.

Segundo cálculos de Alex Agostini, da Austin Ratings, e Felipe Salto, da consultoria Tendências, os rendimentos maiores fornecidos pelos títulos públicos atrelados ao IPCA (NTN-B) e à Selic (LFT) serão os responsáveis pelo encarecimento da dívida.

Isso porque o custo para a rolagem das NTN-Bs passará de 11,48%, em 2013, para 12,75%, em 2014, enquanto a taxa Selic média subirá de 8,38% para 11,06% no mesmo período.

Assim, o pagamento de juros referentes a ambos os títulos, que somou R$ 176 bilhões em 2013, deve alcançar R$ 207 bilhões ao fim deste ano.

Desse montante, as LFTs respondem por R$ 115 bilhões, e as NTN-Bs, pelos R$ 92 bilhões restantes.

De acordo com o mais recente relatório da Dívida Pública Federal, publicado no mês passado pelo Tesouro Nacional, o governo terá que rolar pouco menos de 25% do total da dívida, que deve alcançar R$ 2,25 trilhões em 2014, segundo Agostini.

"Estamos trabalhando com uma projeção de crescimento da dívida em torno de 6%."

O estoque da dívida pública fechou o ano passado em R$ 2,12 trilhões.

A meta de superavit primário --a economia feita pelo setor público para reduzir a dívida pública-- prevista para este ano é de R$ 99 bilhões ou 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto).

Em outras palavras, apenas o encarecimento dos títulos promovido pela inflação e pela alta dos juros consumirá quase um terço do esforço fiscal prometido pelo governo federal.

Felipe Salto argumenta que as projeções foram feitas com a previsão de que a Selic ficará estável em 11% até o fim do ano.

Mas, caso o Banco Central escolha elevar ainda mais os juros básicos, essa conta ficará mais cara para o Tesouro.

"A cada ponto percentual de alta na Selic, a rolagem da dívida encarece em R$ 15 bilhões", diz Salto. "Se a Selic subir para para 11,5%, poderemos acrescentar mais R$ 7,5 bilhões nessa conta."

DÓLAR

Mantidas as condições atuais do câmbio, os juros pagos pelo Tesouro devem chegar a R$ 275 bilhões. No entanto, se o dólar subir, pode ajudar o governo diminuindo o total de juros a pagar.

Salto diz que isso acontece por causa das reservas cambiais do país, que superam US$ 375 bilhões.

"Em um cenário no qual o dólar suba para R$ 2,45 até o fim do ano, o custo de rolagem da dívida deve ficar em R$ 258 bilhões", diz. Anteontem, o dólar valia R$ 2,22.


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