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Após fracasso com música, executivo põe a mão na terra

Britânico que comprou EMI em 2007, hoje sob controle de credores, tem mais sucesso com rede de jardinagem

Segundo executivo, homens com mais de 45 anos na Inglaterra preferem cuidar do jardim a sexo

DO "NEW YORK TIMES"

Guy Hands tentou ganhar dinheiro com astros como Katy Perry e o Coldplay, ao adquirir a gigante da música EMI em 2007. Mas está obtendo muito mais sucesso vendendo animais de jardim feitos de resina e chinelos para os aposentados das pequenas cidades britânicas.

Hands, que fundou e dirige a Terra Firma, uma companhia britânica de capital privado, adquiriu, em 2012, por £ 276 milhões (em torno de R$ 1 bilhão, em valores atuais), o Garden Centre Group, empresa que reúne 129 lojas no Reino Unido.

Os resultados iniciais, ao menos, têm sido promissores: a receita do Garden Centre antes de impostos, depreciação e amortização subiu 50% no ano passado, para £ 42,7 milhões.

"Para os homens com mais de 45 anos na Inglaterra, a jardinagem é o segundo passatempo mais popular, após a TV", disse Hands.

"Mesmo o sexo fica abaixo da jardinagem, o que os franceses diriam que resume perfeitamente os britânicos."

Mas o executivo precisará de mais do que o aroma suave das rosas para compensar a bagunça deixada pela EMI, gravadora que ele adquiriu no topo do mercado por £ 4 bilhões.

A companhia, que enfrenta dívidas esmagadoras, teve seu controle tomado pelos credores em 2011, o que eliminou dois terços do seu patrimônio e destruiu a reputação de Hands como um dos mais antenados investidores britânicos.

Hands disse que o Garden Centre é um retorno às raízes da Terra Firma --a aquisição de negócios dotados de fortes ativos necessitados de reestruturação, em setores essenciais da economia.

A jardinagem é um negócio de US$ 5 bilhões anuais no Reino Unido, onde 80% das pessoas têm jardins.

A companhia que ele adquiriu era um amálgama de centros de jardinagem criados por entusiastas da área desprovidos de experiência no varejo. E, ainda assim, havia uma oportunidade madura para esse negócio no setor.

"É um negócio que cresceu por meio da união improvisada entre pequenas empresas familiares", disse Julie Williamson, diretora na Terra Firma. "Não foi integrado do modo correto."

Desde que a Terra Firma tomou seu controle, ela vem promovendo mudanças. A cadeia de suprimentos foi centralizada, e o estacionamento nas lojas, melhorado.

Restaurantes que fazem parte das unidades do Garden Centre (são mais de cem) estão sendo melhorados, e as lojas de implementos agrícolas introduziram bancas de açougue e frutas, além de marcas especializadas de cerveja.

Hands diz acreditar que os problemas da EMI ficaram para trás. "Creio que o foco dos investidores agora seja aquilo que realizamos de 2010 para cá", afirma.

Ele parece ter aceitado com tranquilidade os altos e baixos pelos quais passou.

Famoso workaholic, o executivo talvez não seja capaz de derrotar um inimigo formidável de seu investimento no Garden Centre: o clima britânico. "É um tanto imprevisível", ele admitiu.


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