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Taxa maior em ano eleitoral irritou governo
VALDO CRUZ DE BRASÍLIA PEDRO SOARES DO RIOA primeira divulgação do novo índice de desemprego nacional do IBGE, em janeiro, apontando uma taxa maior do que a revelada pelo indicador tradicional, restrita a seis regiões metropolitanas, causou irritação no Planalto.
Em reunião no palácio, assessores consideraram, na época, que era muito ruim politicamente a divulgação, em pleno ano eleitoral, do novo dado porque poderia gerar ruídos negativos para o governo. Foi considerado um "erro" ter marcado para este ano a divulgação da pesquisa.
Um assessor lembra que ninguém nunca questionou a validade do novo levantamento.
Só que ninguém conseguiu antecipar que ele poderia trazer um desemprego mais elevado, gerando o risco de afetar uma das áreas na economia em que o governo Dilma tem bons resultados.
Os técnicos destacam que mesmo na nova metodologia o índice de desemprego está recuando.
Os números divulgados em janeiro, por exemplo, mostram a nova taxa caindo de 8% para 7,4% entre o primeiro e o segundo trimestres de 2013.
Na média de 2013, a taxa ficou em 7,1%, abaixo da de 2012 em todo o país, segundo a nova pesquisa. O patamar, porém, é superior ao da antiga pesquisa, restrita a seis regiões do país (5,4% em 2013).
Na reunião de janeiro, o governo analisou o que poderia ser feito para reduzir o prejuízo político.
A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, negou, por meio da assessoria de imprensa, que tenha sofrido pressão política para interromper a divulgação da pesquisa. Procurado, o Planalto não respondeu até o fechamento desta edição.