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BC mantém ação para segurar dólar e celebra efeito na inflação

Autoridade amplia estratégia anunciada e renova grande maioria dos contratos que vencem

Em exposição feita a empresários, Alexandre Tombini diz que "tranquilidade exterior" ajuda câmbio

EDUARDO CUCOLO GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Depois de nove altas consecutivas dos juros sem efeitos visíveis, a política anti-inflacionária do Banco Central reencontrou um antigo aliado --o dólar barato.

Cada vez mais explicitamente, o BC chama a atenção para a inesperada queda das cotações da moeda americana ao rebater o pessimismo do mercado e da população com a alta dos preços.

Mais discretamente, a instituição colabora para a apreciação do real no mercado de câmbio, o que reduz o custo das importações e pode ser o último recurso para fechar o ano com inflação abaixo do teto de 6,5%.

Em exposição ontem a empresários, o presidente do BC, Alexandre Tombini, apresentou uma lista de 20 moedas, na qual a brasileira teve a segunda maior valorização do ano em relação ao dólar.

A variação foi de 5,5% até 15 de março, inferior apenas à da rupia indonésia e superior às medidas em países como Japão, Índia, México, Rússia e Chile. A cotação, que iniciou o ano em R$ 2,36, fechou ontem em R$ 2,24.

Trata-se de um contraste com o cenário do ano passado, quando as perspectivas de recuperação da economia dos Estados Unidos levaram o dólar a subir quase 15% no mercado brasileiro.

"Havia forças que estavam se contrapondo ao combate à inflação. Recentemente, vimos uma tranquilidade maior do mercado internacional, se refletindo inclusive na moeda brasileira", disse Tombini ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto.

Em tempos não muito distantes, a queda do dólar era uma má notícia para a equipe econômica --até 2012, o BC comprava a moeda americana para elevar a cotação, porque preferia ajudar as exportações a aproveitar a oportunidade de conter a inflação.

Agora as intervenções do BC no mercado têm o sentido oposto. Desde o ano passado, a instituição oferece diariamente contratos que garantem aos compradores proteção contra os riscos de uma desvalorização cambial.

Com as operações, que hoje chegam a US$ 1 bilhão por semana, o BC diminui, na prática, a procura por dólares --porque importadores e empresas endividadas não precisam comprar a moeda antecipadamente para se prevenir de uma alta da cotação.

O BC havia se comprometido a manter a oferta até junho, mas tem ido além disso: também está renovando a grande maioria dos contratos que vencem, o que não era parte obrigatória da estratégia anunciada.

Para a LCA Consultores, a taxa de câmbio já se valorizou além do que seria esperável --mesmo considerando a entrada de dólares atraídos pela elevação dos juros de 7,25% para 11% ao ano.

"É hora, portanto, de questionar o fôlego desta tendência, apesar do interesse do governo nela", diz a consultoria, em boletim distribuído aos clientes.


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