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Vaivém do governo causa sobe e desce de ações do setor de energia

Socorro a conta-gotas provoca picos de alta no mercado, que favorecem as especulações

Já acionista minoritário com foco no longo prazo fica perdido em relação ao futuro de empresas e do segmento em geral

CAROLINA MATOS ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

As medidas de socorro do governo às empresas do setor elétrico, divulgadas a conta-gotas, têm causado intenso sobe e desce das ações dessas companhias negociadas na Bolsa, o que favorece a atuação de especuladores.

Cada novidade no pacote, além das autorizações da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para reajuste de tarifas das empresas --que também são informadas aos poucos--, gera um pico de alta das ações no mercado, normalmente seguido de queda na mesma proporção nos dias seguintes.

Ontem, por exemplo, as ações das elétricas que fazem parte do principal índice da Bovespa, o Ibovespa, subiram até 3,59% (Eletropaulo) em razão do anúncio da Aneel, na véspera, de que aprovou um regulamento que prevê a possibilidade de reajustes extraordinários nas tarifas de energia.

Foi a quarta mudança nos planos de socorro ao setor neste ano.

A chamada "correção de preços" das ações para baixo após um pico de alta acontece porque o clima de desconfiança no mercado em relação ao segmento persiste e é um sinal de que, no curto prazo, têm ganhado com os papéis das elétricas apenas especuladores --em geral, grandes investidores que entram na Bolsa para comprar e vender ações em pouquíssimo tempo e embolsar os lucros.

Para eles, que aplicam quantias expressivas nessa estratégia, pequenas variações percentuais das ações podem significar grandes ganhos de um dia para o outro.

Já a massa de investidores minoritários --pequenos aplicadores que veem nas elétricas opções de investimento de longo prazo em razão do histórico de bom pagamento de dividendos (fatia do lucro distribuída aos acionistas)-- fica cada vez mais perdida em relação ao futuro das companhias e do setor.

"O governo tem interferido claramente no setor elétrico. O mercado não gosta disso e chegou a um ponto em que só acredita em mudança com troca de comando", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

Filipe Machado, analista da Geral Investimentos, acredita que o Planalto deva continuar soltando aos poucos medidas para o segmento.

"São decisões paliativas, que aliviam um problema e causam outro. O reajuste das tarifas, por exemplo, melhora a receita das empresas, mas pressiona a inflação."

PETROBRAS

Apesar da ajuda das elétricas, foi a alta de estatais como Petrobras (3,80%) e Banco do Brasil (4,33%) que impulsionou a Bolsa ontem, com investidores, mais uma vez, apostando em perda de espaço da atual presidente Dilma Rousseff em pesquisa eleitoral que seria divulgada depois do fechamento dos mercados --o que se confirmou.

O Ibovespa subiu 1,78%, para 52.111 pontos.


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