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Morre o empresário Henry Maksoud, 85

Dono do Maksoud Plaza, ele foi também proprietário da revista "Visão", uma das mais importantes dos anos 1980

Admirador e amigo do liberal Friedrich von Hayek, Maksoud defendia menor presença do Estado

DE SÃO PAULO

O empresário Henry Maksoud morreu em São Paulo ontem, aos 85 anos. Dono do tradicional hotel Maksoud Plaza, na região da avenida Paulista, o empresário atuou também nos setores de engenharia, informática e mídia.

Maksoud morreu por volta das 13h, em casa, na Chácara Flora (zona sul), vítima de uma parada cardíaca. Desde o início do ano, segundo a administração do hotel, ele lutava contra uma pneumonia.

O enterro está marcado para hoje, às 9h, no Cemitério do Morumby, em São Paulo.

Formado em engenharia civil e engenharia elétrica, Maksoud fundou em 1958 a Hidroservice, empresa de engenharia e projetos responsável pelos aeroportos do Galeão (Rio) e Eduardo Gomes (Manaus). Foi também criador da Sisco, uma das primeiras firmas de computadores, softwares e sistemas do país.

Maksoud era admirador do economista e filósofo Friedrich August von Hayek, considerado o pai do neoliberalismo, de quem se tornou amigo. Nos anos 70 e 80, durante a ditadura, se notabilizou por defender o liberalismo econômico e criticar a presença "excessiva" do Estado.

Dono da revista "Visão", um dos principais veículos de informação na época, e apresentador de um programa de TV ("Henry Maksoud e Você"), aproveitava a exposição para defender a privatização.

O Maksoud Plaza, que fundou em 1979, foi durante muito tempo ponto de referência de empresários, banqueiros e políticos. Com 25 andares, 372 quartos, 44 suítes e cerca de 350 funcionários, hospedou estrelas como Mick Jagger. Em agosto de 1981, o hotel teve seu momento mais glorioso: foi palco dos últimos quatro shows de Frank Sinatra no Brasil.

Com 400 lugares, o teatro do hotel ficou famoso por apresentações dos pianistas Nelson Freire, Miguel Proença e Marcelo Bratke.

Foi de suas janelas também que, em 1992, Axl Rose (vocalista dos Guns and Roses) jogou uma cadeira, irritado com os jornalistas que o esperavam do lado de fora.

A ocupação do Maksoud Plaza começou a declinar em meados da década de 1990. Na virada do século, a crise econômica e a superoferta de hotéis e flats levaram o setor a enfrentar a maior turbulência da sua história.

Em 2002, o grupo Maksoud congelou os três empreendimentos por meio dos quais planejava se expandir. "Ninguém acredita nas dificuldades que tenho. Agora, sou teimoso, nasci teimoso. Vou brigando, até porque me faz bem para saúde", disse à época.

Em 2003, desabafava: "A indústria hoteleira está destroçada". Por causa de dívidas trabalhistas da Hidroservice, o hotel foi a leilão em 2010, mas não chegou a ser arrematado.

Defensor inflamado do crescimento do país por meio da poupança e do investimento, Maksoud declarou, em programa recente de TV: "Não haverá crescimento real da economia sem crescimento real dos investimentos, nem crescimento real dos salários sem crescimento real dos investimentos per capita. E não adianta apenas trazer capital fixo, tem que trazer tecnologia, educação, investimento no homem".

Dizia que o Brasil jamais se desenvolveria se não fizesse, mais que reformas, três "revoluções": a previdenciária, a tributária e a trabalhista.


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