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Condomínio de vinho

Tradicionais no exterior, projetos que unem hospedagem de luxo e produção da bebida chegam ao país, com investimento a partir de R$ 350 mil e anuidade de R$ 40 mil

ALESSANDRA KIANEK DE SÃO PAULO

Tradicionais na Europa, nos EUA e na Argentina, os condomínios vitivinícolas, para a produção de vinho, começam a ser desenvolvidos no Brasil.

Apreciadores da bebida poderão agora ter na região do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, uma suíte de hotel de luxo ou uma casa de campo com vinhedos e produzir o seu próprio vinho, sem precisar investir milhões na construção de uma vinícola. Os dois primeiros projetos têm as presenças da Miolo e da Cave Geisse.

Uma parceria entre a Lex Empreendimentos e a M. Stortti Consultoria, com o enólogo chileno Mario Geisse, resultou no projeto de um condomínio de 58 lotes de casas, de mil metros quadrados cada um, que produzirá espumantes. O preço inicial de cada lote é de R$ 450 mil. Cada condômino terá direito a 600 garrafas por ano e a uma cave no próprio condomínio, onde a bebida ficará armazenada durante o processo de envelhecimento.

O vinhedo, que será um só para todos os proprietários, terá as variedades chardonnay e pinot noir, que começarão a ser plantadas neste ano. A primeira safra deve sair em três anos. A taxa de condomínio está estimada entre R$ 40 mil e R$ 50 mil ao ano.

"O objetivo foi desenvolver algo que agregasse turismo e vinho no Vale dos Vinhedos, para atender as necessidades dos enófilos que já buscavam terras no Sul, mas que tinham dificuldades de alugar uma vinícola", diz Ricardo Siviero, sócio-diretor da Lex.

O vinho-base será igual para todos, o que vai diferenciar a bebida de cada condômino será a parte final. A fabricação ocorrerá na Cave Geisse e envelhecerá nas cavas do condomínio. "O proprietário é que vai decidir quanto tempo o espumante ficará envelhecendo, se um, dois ou três anos. O produto dele será único", diz Mario Geisse, diretor-presidente da vinícola.

Inaugurado há sete anos e com vinhedos "no quintal", o hotel Spa do Vinho, no Vale dos Vinhedos, iniciou uma nova fase, em parceria com a vinícola Miolo, voltada aos que querem produzir o seu vinho tinto.

Com investimentos a partir de R$ 350 mil, o condômino terá direito a usar uma suíte por quatro semanas no ano e a 60 garrafas do vinho autoral produzidas em comum no vinhedo ao redor do hotel.

"Ter seu próprio vinho é um sonho para poucos, mas, nesse sistema, em que o custo é diluído, é acessível", diz Deborah Villas-Bôas Dadalt, sócia-diretora. No local, estão plantadas uvas merlot que já produzem há dez safras o vinho VE, vendido exclusivamente no hotel.

Caso os investidores queiram usar o hotel por mais semanas, terão de pagar uma taxa mensal de condomínio, de cerca de R$ 4.000.

"Os proprietários vão acompanhar todo o processo, da poda à colheita. Eles definirão a estrutura do vinho e o envelhecimento", afirma Adriano Miolo, presidente-executivo da vinícola.

RISCOS

Especialistas consideram que o mercado tem potencial de investimento, mas é preciso se cercar de cuidados. "Parcerias com grandes empresas reduzem o risco. E pesquisar o terroir é forma de garantir o investimento", diz Filipe Albert, gestor da Cultinvest.

Os proprietários também precisam se proteger contra riscos de geadas e pragas, segundo Geni Sato, do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo.


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