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Mantega vê inflação em queda e na meta no ano

Falta de chuvas é, para ele, uma das principais causas de alta de preços

Ministro diz que não cogita aumento de etanol na gasolina, mas afirma que medida é "sempre possível"

SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a inflação em 2014 não vai estourar o limite máximo estipulado pelo governo, de 6,5% ao ano, ao contrário do que o mercado financeiro tem previsto.

É provável que a inflação acumulada em 12 meses fure o teto da meta, admitiu o ministro, mas haverá retração dos preços a partir de maio.

"Quando você pega a inflação no seu pico, no período mais forte, em 12 meses, pode até ultrapassar os 6,5%, que é o nosso limite máximo. Mas depois ela diminui, arrefece. Tenho certeza de que vamos terminar o ano dentro do limite de 6,5%", afirmou.

Segundo Mantega, a inflação elevada é sazonal e chegou a seu ponto máximo em março e abril, puxada pela escassez de chuvas --que elevou o preço da energia e de alimentos.

"Tivemos dois meses de pressão inflacionária, em seguida ela começa a recuar. Posso dizer que os indicadores demonstram que a inflação começou a recuar, de modo que em maio e junho ela será mais baixa", disse.

O ministro chegou a citar a falta de chuvas, e o consequente aumento no preço da energia, como uma das principais ameaças à inflação.

"Todo ano tem um vilão na história da inflação, mas é importante que seja apenas um vilão e que os outros preços possam flutuar e cair ao longo do tempo e [de acordo com a] sazonalidade", afirmou.

REAJUSTE DE ENERGIA

O gasto extra com o acionamento de usinas térmicas e a contratação de energia no mercado livre virou um tormento para as contas do governo, que ainda não tem esquadrinhado o impacto exato que a estiagem terá nas contas de luz.

O governo tenta segurar os repasses desse custo extra ao bolso do consumidor em ano eleitoral, para pressionar menos a inflação.

Mesmo assim, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem aprovado reajustes na casa de dois dígitos às distribuidoras neste ano.

"Preços administrados têm dinâmica própria, sofrem alguns ajustes ao longo do ano. Energia elétrica teve um aumento um pouquinho maior, por causa da questão das chuvas", afirmou o ministro.

O mercado financeiro considera que a falta de chuvas foi determinante para a alta dos preços, mas que há um desequilíbrio na matriz econômica brasileira que o atual ciclo de alta na taxa básica de juros não está dando conta de resolver.

A Selic já foi elevada em 3,75 pontos percentuais desde abril do ano passado e está atualmente em 11% ao ano.

Sobre uma eventual alta do etanol na mistura da gasolina, para reduzir o preço do combustível, o ministro afirmou que é "sempre possível, mas que nesse momento não estamos cogitando".

A gasolina vendida nos postos brasileiros tem 25% de álcool anidro em sua mistura. Segundo o ministro, a safra da cana e o período de produção de etanol começa em maio, o que deve baixar os preços do biocombustível --e da gasolina, consequentemente--, ajudando a desacelerar a alta dos preços.


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