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Tesouro Direto exige dedicação e disciplina

Títulos públicos vendidos pela web são opção de baixo risco para o planejamento de aposentadoria por conta própria

É necessário conhecer as características de cada papel para fazer escolha de acordo com objetivos e prazo

DE SÃO PAULO

Os títulos públicos vendidos pela internet também são uma alternativa para o planejamento da aposentadoria por conta própria. O risco do chamado Tesouro Direto é considerado baixo --basicamente, o de o governo, que emite os papéis, dar calote.

A opção, porém, exige dedicação do investidor para acompanhar a movimentação da economia e do mercado para tomar decisões de comprar e vender os papéis no momento certo.

Além disso, é preciso ter disciplina para alcançar as metas, afirmam consultores.

"O investidor precisa encarar a aplicação como uma dívida que tem de ser paga todo mês, como uma obrigação", diz Alexandre Chaia, professor de finanças do Insper, instituto de pesquisa e ensino. "Se a pessoa não tem por hábito fazer poupança, o investimento por conta própria não funciona."

Também é preciso conhecer as características de cada título público e escolher o melhor de acordo com o objetivo e o prazo determinados.

Há dois tipos principais de títulos: prefixados e pós-fixados. No primeiro caso, o investidor sabe quanto vai receber se ficar com o título até o vencimento.

Se optar por vender o papel antes do prazo, corre o risco de receber menos, pois o preço de revenda do título é atualizado pela chamada "marcação de mercado", que corrige o valor diariamente pela diferença entre a taxa de juro daquele momento e a do momento da emissão do papel.

No segundo caso, de títulos pós-fixados, o rendimento varia conforme algum indexador, como a Selic (o juro básico --veja quadro acima).

PRAZO

Os papéis prefixados e os pós-fixados atrelados à Selic têm vencimento mais curto que os que pagam juros mais inflação. Mas, no vencimento, o investidor pode comprar um novo título e reaplicar o rendimento em um papel com as mesmas características.

O papel mais indicado hoje a quem quer usar o Tesouro Direto para fins de aposentadoria são as LFT (Letras Financeiras do Tesouro), por acompanhar a Selic.

Os títulos prefixados, por outro lado, são os menos recomendados, em razão das incertezas econômicas atuais.

"Corre-se o risco do avanço da Selic e da inflação, o que reduz a rentabilidade desse tipo de título em caso de venda antes do prazo. Não se sabe como a economia vai se comportar daqui a cinco ou seis anos", afirma Roberto Indech, responsável pela área de estratégias da Rico.com.vc, plataforma de investimento da corretora Octo.

Para ele, os papéis pós-fixados indexados à inflação são boa opção para a aposentadoria. "O governo paga um prêmio ao investidor e mais a inflação do período. Isso garante ganho real --acima da inflação", diz.

Entre as duas opções disponíveis, as NTN-B (Notas do Tesouro Nacional Série B) podem ser as mais complicadas de gerenciar, pois o rendimento é pago semestralmente até o prazo de vencimento do papel. "Pessoas mais disciplinadas podem reinvestir esse valor, mas o mais aconselhado é recorrer às NTN-B Principal, para não correr o risco de pegar o dinheiro e usar", afirma.

Já Chaia, do Insper, considera a aposta arriscada. "Os vencimentos são muito longos [as NTN-B Principal com menor prazo vencem em 2019]. O investidor pode perder a oportunidade de investir em uma aplicação que renda mais no período em que carrega o título." (DB)


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