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Finanças pessoais

Carro: fácil comprar, caro manter

José está prestes a realizar o sonho de comprar um carro novo. A despesa de manutenção do carro velho aumentou muito e, com alguma frequência, volta à oficina para um novo conserto.

O mercado de veículos está superaquecido, com ofertas e mais ofertas bombardeando os consumidores que, como José, sentem-se atraídos pela possibilidade de comprar um carro novo.

José visitou uma concessionária e ficou maravilhado com os carros reluzentes em exposição, perfilados sedutoramente no amplo salão que acolhe os visitantes. Foi prontamente atendido por um vendedor eloquente que o convidou para conhecer melhor o interior de um carro e fazer um test-drive.

Empolgado com a possibilidade de ter um carro como aquele, e ao mesmo tempo inseguro e frustrado pela percepção de não ter dinheiro suficiente para pagar por aquele veículo precioso, José segue dirigindo pelas ruas das redondezas do bairro ouvindo o discurso convincente do vendedor que não se cansa de enumerar as qualidades e vantagens de ter um carro como aquele.

De volta à concessionária, o vendedor se apressa em dizer que o carro podia ser dele por R$ 799 mensais. José, induzido a pensar no valor da prestação que soava muito menor do que o valor total do carro, começou a acreditar que seu desejo podia se realizar. Em poucos minutos, ele estava preenchendo uma solicitação de financiamento, assinou alguns papéis, deixou o carro velho como entrada e já estava de posse de seu novo carro!

José não parou para pensar que seriam R$ 799 mensais por muitos e muitos meses, anos a fio. Ele tinha acabado de comprar um carro que custa, provavelmente, a maior parte da renda que recebe em um ano inteiro de trabalho.

A história se complica ainda mais quando adicionamos ao valor de compra as despesas anuais de IPVA (imposto do veículo), licenciamento, seguro e manutenção durante os sete ou dez anos em que ficará de posse do carro.

COMPRE À VISTA

Pensar com base no valor da prestação e deixar de planejar as demais despesas envolvidas acabou por induzir José a gastar mais dinheiro do que podia.

A situação se complica ainda mais ao comprometer recursos que não estão disponíveis e são provenientes de uma dívida contraída para essa finalidade.

A situação ideal seria acumular dinheiro suficiente para comprar um carro à vista.

Talvez não fosse o carro dos sonhos de José, mas seria o veículo que ele poderia comprar. Economizaria nos juros, no seguro, na manutenção e, aos poucos, com novas economias, viabilizaria a troca por um modelo mais completo.

CARRO USADO

Comprar um carro usado é uma boa estratégia para não gastar além de suas posses e não contrair dívida para adquirir um produto que se desvaloriza.

Não dê ouvidos ao discurso dos vendedores de que você gastará muito mais em manutenção se comprar um carro usado. Não estou recomendando a compra de um carro velho, mas de um carro usado, seminovo, em bom estado de conservação.

O preço já estará cerca de 20% depreciado e ainda será novo o suficiente para que as despesas de manutenção sejam moderadas.

Taxa de licenciamento, IPVA e seguro também serão mais econômicos.

FAÇA AS CONTAS

Calcule inicialmente as despesas anuais. IPVA de 4% do valor do carro (na cidade de São Paulo). Como o valor do seguro varia bastante de acordo com o carro e o motorista, vamos imaginar 7% de seguro. Adicione mais 2% para despesas diversas de manutenção, licenciamento e multas, totalizando 13% do valor do carro.

Supondo um carro de R$ 50 mil, o orçamento anual será de R$ 6.500, equivalentes a R$ 541 mensais.

Agora, calcule as despesas mensais.

Comece com o valor que precisa ser poupado todos os meses para pagar as despesas anuais, ou seja, R$ 541.

Adicione o valor da prestação de R$ 799, combustível, estacionamento e pedágios. Chegaremos a cerca de R$ 1.750 mensais, bem acima do valor da prestação que, no dia da compra, José imaginou que caberia no seu bolso.

Planeje antes de comprar. Calcule que percentual da renda familiar as despesas do carro representam.

Avalie se o carro é prioridade em detrimento de outros objetivos pessoais e familiares. Planejamento feito? Vá em frente!


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