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Argentinos adotam máquina de contar notas

Inflação aumenta uso de dinheiro vivo e, por outro lado, reduz o valor das cédulas

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES

A demanda por máquinas de contar notas de dinheiro está em alta na Argentina, país onde a inflação ronda a casa dos 3% ao mês e de 28% no ano passado, segundo consultorias de economia.

"Estamos vendendo 35% mais neste ano", afirma Jorge Leiva, 63, diretor e sócio da Accubanker, loja de engenhocas que contam dinheiro e que verificam se as cédulas são falsas.

Victor Rosas, 55, gerente da concorrente Galantz, fala em altas de 30% em 2014.

Ambos atribuem o fenômeno ao mesmo motivo: a nota de maior valor em circulação, a de 100 pesos, vale pouco. A consultoria Abeceb.com tem um levantamento que mostra que, hoje, 100 pesos equivalem a 27,3 pesos em 2007.

Os dois vendedores apontam uma diversificação de clientes: se antes eram bancos, casas de câmbio e cassinos, hoje há supermercados e até restaurantes.

De 2011 para cá, o efetivo circulante, ou seja, o dinheiro vivo, duplicou.

Em 2011 havia 1,2 milhão de cédulas de 100 pesos na praça. Hoje são 2,4 milhões.

"Perco muito mais tempo separando e contando dinheiro atualmente do que há dez anos", diz Patricia Miguel, 55, que trabalha como caixa de um laboratório clínico que não tem a máquina. Ela forma bolos de dez notas de 100 pesos.

DINHEIRO VIVO

Miguel conta que a empresa para a qual trabalha não aceita cartões porque o dinheiro cai na conta da empresa no mês seguinte e a inflação corrói seu valor.

A alta de preços de março medida pelo órgão oficial, o Indec, foi de 2,6%. Pelos cálculos de um aglomerado de oito consultorias financeiras chamado IPC Congreso, a conta dá 3,3%.

O índice do governo é novo, foi desenvolvido com técnicos do FMI, depois que o órgão reclamou que a inflação oficial estava escamoteando a alta real dos preços.

A máquina de contar dinheiro mais barata custa US$ 450. A mais cara, que conta mil cédulas por minuto, sai por US$ 900. A Accubanker e a Galantz têm fila de clientes esperando por máquinas, mesmo com dificuldades burocráticas para importá-las da China.


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