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Obter isenção de taxa no Tesouro Direto deve ficar mais difícil

Fim de tarifa de negociação, que ia para as empresas, estimulou cobrança por corretagem, dizem analistas

Consultores afirmam, no entanto, que ainda é possível que investidor barganhe a redução desses custos

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Das 73 corretoras cadastradas no Tesouro Direto --programa de venda de títulos públicos via internet-- no fim de abril, apenas 7, ou 9,6% do total, ofereciam ao investidor taxa de corretagem zero. Essa taxa é cobrada do aplicador e varia conforme a empresa.

O percentual é igual ao do mesmo mês do ano passado e menor que o de 2012 (11,1%). E, para consultores ouvidos pela Folha, a tendência dessa proporção é cair.

Isso porque a reformulação do Tesouro no fim de 2012 extinguiu um benefício automático que as corretoras tinham ao oferecer o serviço: a chamada taxa de negociação de 0,1%, cobrada do investidor nas operações.

"Esse percentual era repassado pela Bolsa às corretoras, mas a taxa foi extinta para deixar a aplicação mais atraente, e as empresas perderam esse retorno financeiro", afirma Fabrício Tota, gerente de "home broker" [negociação via internet] da Socopa Corretora.

"O número de investidores pessoas físicas da Bolsa tem diminuído nos últimos anos e, com isso, as corretoras dependem mais das taxas de corretagem", diz Amerson Magalhães, diretor da Easyinvest Título Corretora.

Segundo os dados mais recentes da Bolsa, havia 579.035 investidores pessoas físicas na BM&FBovespa até março deste ano --10.241 a menos que em 2013. Em 2010, o total era de 610.915 aplicadores.

"Com menos pessoas no mercado, corretoras que ofereciam taxa zero há anos no Tesouro passaram a cobrar", acrescenta Magalhães.

Foi o caso da Socopa, que passou a cobrar 0,1% de corretagem no ano passado. Já a Easynvest Título Corretora continua entre as instituições que não cobram pelo serviço.

"Ganhamos de outra maneira, atraindo mais aplicadores para nossa lista de clientes, por exemplo."

As taxas de corretagem no Tesouro variam de zero a 2%. É possível encontrar uma tabela com os percentuais cobrados em cada instituição no site do programa na internet (www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto). Além desse percentual, também há cobrança de taxa de custódia de 0,3% ao ano.

BARGANHA

Consultores afirmam, porém, que continua sendo possível barganhar o barateamento desses custos.

"O investidor deve se aproveitar da concorrência para obter as condições mais vantajosas", afirma Mauro Calil, consultor de finanças pessoais.

"Além disso, a aplicação no Tesouro continua sendo atraente pelo baixo risco. São títulos do governo. Logo, a chance de calote é mínima."

Quem aplicou R$ 1.000 em abril de 2013 em LFT (Letra Financeira do Tesouro) obteve, após 12 meses, rendimento de R$ 75,55 --já descontados 17,5% de Impos- to de Renda. Se o dinheiro tivesse sido colocado na poupança (com depósitos fei- tos a partir de 4 de maio de 2012), o retorno teria sido de R$ 61,70 (veja quadro).


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