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Portugal abre mão de ajuda do FMI e da UE

Depois de três anos, país decide abandonar programa de resgate e contar apenas com o mercado para se financiar

Medidas de austeridade sofreram resistência da população, mas, agora, economia ensaia uma lenta recuperação

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo de Portugal anunciou ontem sua saída do programa de resgaste financeiro arquitetado pela União Europeia e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em 2011, quando o país corria o risco de dar calote.

A decisão significa que as autoridades econômicas do país acreditam ser possível contar apenas com emissões de dívida no mercado para cobrir suas necessidades financeiras a partir de agora.

O fim oficial do programa de ajuda, no valor de € 78 bilhões, ocorrerá no próximo dia 17.

Uma venda bem-sucedida de títulos de dez anos a juros de 3,59% --a taxa mais baixa desde 2006-- contribuiu para a decisão do governo.

Em um pronunciamento televisivo ontem, Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro do país, disse que essa é a escolha que "melhor defende os interesses de Portugal".

O governo poderia ter optado por manter uma espécie de linha de precaução à qual poderia recorrer em caso de novas dificuldades.

Coelho ressaltou, porém, ter descartado essa opção porque viria acompanhada pela imposição de mais medidas de austeridade e, segundo ele, não se sabe quais seriam essas condições.

IRLANDA E ESPANHA

Entre os países que precisaram ser socorridos por linhas de crédito da UE e do FMI, Portugal é o segundo a abrir mão do programa.

O primeiro a recuperar sua independência financeira foi a Irlanda, em dezembro. A Espanha possuía um programa de ajuda específico para os bancos e que também foi encerrado, em janeiro deste ano.

Com isso, apenas a Grécia e o Chipre mantêm programas de socorro, supervisionados pela chamada "troica", que inclui, além da UE e do FMI, o banco central europeu (ECB na sigla em inglês).

O anúncio do primeiro-ministro deverá agradar à população do país que protestou fortemente contra as medidas de austeridade impostas nos últimos anos.

Sob o programa de resgate, Portugal cortou seu deficit fiscal pela metade (para 4,9% do Produto Interno Bruto), privatizou empresas públicas, reduziu o número de feriados e flexibilizou a lei trabalhista.

As medidas impopulares contribuíram para agravar a situação econômica do país, afetando o nível de atividade e elevando o desemprego.

Desde 2013, a economia do país começou uma lenta retomada. Segundo analistas, no entanto, a situação ainda é delicada, com crescimento baixo e alto nível de endividamento. Recentemente, o FMI afirmou que o país ainda depende de metas fiscais rígidas por muito tempo.


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