Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Comércio prevê Dia das Mães morno
Para entidade varejista, vendas neste ano devem ficar estagnadas na data, a segunda mais importante para o setor
Inflação pesa no bolso e tira apetite de consumidores; comércio popular prevê avanço mais fraco
A inflação e a menor oferta de crédito devem deixar mais mornas neste ano as compras de presente de Dia das Mães, a segunda data mais importante para o varejo, só atrás do Natal.
Para a FecomercioSP (que reúne o varejo paulista), as vendas no período devem ficar estagnadas em relação às do ano passado, quando subiram entre 2% e 3%.
Segundo Fabio Pina, assessor econômico da entidade, o avanço da inflação, que tira o poder de compra do consumidor, é um dos motivos que explicam a expectativa de um número similar ao de 2013.
Em março, o índice oficial de preços (IPCA) subiu 0,92% e acumulou alta de 6,15% em 12 meses. O índice de março foi o pior para o mês desde 2003 (1,23%).
O resultado é que os presentes terão preços próximos aos do ano passado. O gasto médio com os produtos deve ficar em cerca de R$ 65, R$ 2 a mais do que em 2013, de acordo com a FecomercioSP.
A Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) e a ACSP (Associação Comercial de São Paulo), por sua vez, esperam crescimento das vendas em 2014, mas em um ritmo inferior ao registrado no ano passado.
A entidade paulista prevê aumento de 3% a 4% em relação ao mesmo período de 2013. "É um bom resultado, se você considerar o ritmo mais fraco da economia", afirma Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Segundo a associação, os televisores devem ter alta na procura, impulsionada pela proximidade da Copa.
COMÉRCIO POPULAR
No comércio popular, as expectativas são similares.
A Univinco (que reúne lojistas da 25 de Março, em São Paulo) estima alta de 6% neste ano --em 2013, o aumento foi de 12%.
A entidade previa um desempenho pior, mas as expectativas subiram após o bom movimento durante o feriado do 1º de Maio.
Apesar da melhora, o gerente da loja Paris Bijoux, Antônio Carlos Costa, não espera muito da data. Costa, que trabalha há oito anos na região, afirma que no ano passado o movimento foi ruim e não deve melhorar nos próximos meses.
"As pessoas estão com medo de gastar antes da Copa. Querem ver o que vai acontecer com os preços depois."
O aumento das despesas com produtos e serviços de primeira necessidade fez com que muitos consumidores escolhessem um presente mais barato.
"O custo dos alimentos pesou no orçamento. As pessoas estão evitando gastar com supérfluos", afirmou o microempreendedor Pedro Luiz Colantuomo, 57.
Ele pretende gastar de R$ 50 a R$ 80 em uma blusa para a mulher. Em 2013, desembolsou R$ 150, para comprar roupas e sapato.
A Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (outra região de comércio popular da capital paulista) prevê alta de 5% nas vendas, ante aumento de 8% no ano passado.