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IOF alto derruba uso de cartão pré-pago

Valor movimentado pelo meio de pagamento caiu 67% no 1º trimestre, após imposto subir de 0,38% para 6,38%

Moeda estrangeira em espécie movimentou 25% a mais no período; corretoras temem falta de cédulas nas férias

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

O aumento do IOF derrubou em 67% a compra de moeda estrangeira por meio de cartões pré-pagos no primeiro trimestre de 2014.

Dados do Banco Central mostram que o turista brasileiro trocou esse meio de pagamento pelo dinheiro em espécie, cujas compras cresceram 25% nesse período em relação aos três primeiros meses do ano passado.

De acordo com empresas do setor, há hoje falta de moeda estrangeira em algumas cidades do país. E a previsão das corretoras é que o problema deva se agravar com a chegada das férias de julho.

A moeda física é a única forma de câmbio para turismo com imposto de 0,38%. No cartão de crédito, alíquota é de 6,38% desde 2011. No começo de 2014, o IOF no pré-pago em moeda estrangeira também foi a esse patamar.

Recentemente, as corretoras fizeram dois pedidos ao governo. O primeiro, ao Ministério da Fazenda, é rever a alta do tributo para os pré-pagos --não deve ser atendido.

O segundo, ao BC, é o aumento do limite para manter estoques em moeda estrangeira, que hoje é de 30% do capital da corretora. A questão ainda está em análise.

"Para ter lojas em Brasília, Manaus, Rio, você precisa de um baita capital", diz João Medeiros, da Ancord (associação nacional das corretoras e distribuidoras).

Medeiros diz que esse problema não ocorre com o pré-pago, porque o cliente faz a transferência para a corretora um dia antes de receber a moeda estrangeira no cartão.

Tulio Ferreira dos Santos, presidente da Abracam (Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio), afirma que o pedido tem como base o fato de que moedas como dólar e euro dificilmente têm queda significativa diante do real de um dia para outro.

FÉRIAS X COPA

Sobre o problema de abastecimento, os dois executivos dizem que a vinda de turistas do exterior para a Copa não será suficiente para garantir o estoque de moeda estrangeira para quem viaja nas férias escolares de julho.

Eles afirmam que as receitas brasileiras com turismo são historicamente menores que as despesas, e a Copa não vai mudar esse cenário significativamente.

Além disso, os estrangeiros devem usar mais cartões do que papel moeda, uma vez que nos países de origem não há a diferença de tributação que existe no Brasil.

"Em julho, quando há uma quantidade grande de viagens, vamos ter problemas de abastecimento de papel moeda", diz Medeiros.

CRÉDITO

Quando foi anunciado o aumento do imposto para o pré-pago, havia expectativa de que parte das operações migraria para o cartão de crédito, mas isso não ocorreu.

Os dados do BC mostram que o uso desse meio de pagamento a prazo cresceu apenas 1% no primeiro trimestre.

Recentemente, corretoras e bandeiras de cartão anunciaram descontos e novos benefícios para estimular o uso de pré-pago, mas as medidas ainda não deram resultados.


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