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Governo aumenta juros do crédito rural
Taxa média subiu de 5,5% para 6,5%, seguindo a elevação da Selic, mas continua vantajosa para os produtores
Serão destinados R$ 156 bi em créditos; valor é recorde, mas houve desaceleração na expansão dos recursos
O governo elevou as taxas de juros das linhas de financiamento oferecidas aos produtores rurais na próxima safra, que se inicia em julho deste ano e vai até 30 de junho de 2015. O juro médio ficou em 6,5%, ante os 5,5% anunciados no ano anterior, conforme divulgado nesta segunda-feira (19).
Em 2013, Dilma havia conseguido reduzir as taxas. Desde o lançamento do Plano Safra do ano passado, no entanto, a taxa básica de juros, a Selic, subiu três pontos percentuais, passando de 8% para 11% ao ano.
No total, serão destinados R$ 156,1 bilhões em créditos, R$ 20 bilhões a mais do que no período anterior.
O valor é recorde, como nos anos anteriores, mas houve desaceleração na expansão dos recursos.
O montante é 15% maior, enquanto, em 2012 e 2013, o aumento foi de 18%. Dilma afirmou, contudo, que os recursos serão ampliados se a demanda por parte dos produtores superar o volume inicialmente previsto.
"Nós iremos garantir integralmente que não faltará crédito para os produtores agrícolas e agropecuários", disse a presidente em cerimônia no Palácio do Planalto. "Se gastarem mais, está garantido. Garantiremos os pleitos restantes."
JUROS SUBSIDIADOS
A maior parte desses recursos (85%) conta com juros controlados, ou seja, subsidiados pelo governo. Por isso, mesmo com o aumento, as taxas continuam sendo vantajosas para os produtores. Preocupado com as contas públicas, o Ministério da Fazenda demandou um reajuste maior do que o um ponto percentual aplicado em média, segundo o ministro da Agricultura, Neri Geller.
A presidente Dilma Rousseff, contudo, deu a palavra final, afirmou.
A estimativa do Ministério da Agricultura é que o Plano Safra de 2013 termine com desembolsos superiores aos R$ 136 bilhões previstos. "Já foram R$ 127 bilhões nos dez primeiros meses. Seguindo esse ritmo, bateremos R$ 150 bilhões", afirmou.
A pressão por financiamentos deve seguir. Para a próxima safra, a partir de junho, a projeção do governo é de que se alcance um recorde de 200 milhões de toneladas de grãos produzidos. (RENATA AGOSTINI E TAI NALON)