Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Zara vai enfrentar concorrência no país com expansão regional

Além de abertura de lojas em mais cidades, empresa também quer trabalhar imagem da marca

Sobre acusações de trabalho escravo que envolvem a marca, executivo diz que empresa 'não terceiriza'

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

A chegada de grifes de moda rápida ao Brasil, como a H&M e a Forever 21, não incomoda a Zara, uma das primeiras marcas com esse conceito a desembarcar no país.

Para enfrentar a concorrência, a estratégia da empresa é crescer em regiões onde ainda não está presente, além de trabalhar a imagem da marca, afirma o presidente da Zara no Brasil, João Braga, em entrevista à Folha.

Em 2011, o Ministério do Trabalho constatou que uma fornecedora da Zara subcontratou oficinas suspeitas de submeter imigrantes a condições degradantes de trabalho. Em abril deste ano, a empresa entrou com recurso contra a decisão anunciada pela primeira instância trabalhista. A 3ª Vara do Trabalho considerou a empresa culpada na ação. Braga, que ontem depôs na CPI do Trabalho Escravo da Assembleia Legislativa de São Paulo, também falou ou sobre o caso.

Folha - H&M, GAP e Forever 21 estão abrindo lojas no Brasil. Como a Zara vai enfrentar as novas concorrentes?
João Braga - Temos essas concorrentes e muito mais em todo o mundo. O que temos feito é apostar em outras regiões e cidades. Marcar presença onde ainda não estávamos, além de trabalhar o conceito, a imagem da marca. São 15 anos desde a abertura da primeira loja no Brasil. Também estamos reformulando lojas e layouts mais antigos. E, como o mercado brasileiro é muito grande, também tentamos nos adaptar aos contrastes de climas do Sul, do Nordeste, do interior, e de gostos tão díspares.

A companhia planeja se expandir para que áreas?
Recentemente investimos R$ 44 milhões em um centro logístico. Além de concentrar expansão em regiões como São Paulo, também abrimos lojas onde não estávamos.

Como a empresa dribla os entraves logísticos, o custo do trabalho no Brasil?
O grupo Inditex é o maior varejista do mundo e está em 87 países. Cada um tem as suas peculiaridades. O que é importante para uma empresa global como a nossa é se adaptar ao mercado e a cada país. Em 2013, abrimos três lojas em regiões diferentes, como Manaus (AM), Natal (RN) e Campo Grande (MS). São mais distantes e envolvem outros tipos de logística. No Amazonas, foi preciso usar também a via aérea. São adaptações normais.

A Zara entrou com um processo na Justiça alegando que a lista suja (do trabalho escravo)é inconstitucional. Por quê?
Seria uma medida injusta a potencial inclusão da Zara nessa lista suja. Nunca entramos e seria uma medida injusta entrarmos por causa de toda a conduta que a Zara tem tido após um dos nossos fornecedores ter violado o nosso código de conduta, há três anos. Estamos exercendo nosso direito de defesa assegurado pelo Estado de Direito e pela legislação brasileira.
Houve uma violação clara ao nosso código de conduta, de maneira consciente por parte de um fornecedor que autuamos de imediato [a confecção AHA, fiscalizada em 2011]. Mas propusemos ações muito concretas e realistas para descartar situações como essas no futuro.
Não só no nosso programa de reforço na forma que atua nossa cadeia, mas também a capacitação e com medidas de apoio social a imigrantes. Foram R$ 14 milhões investidos desde 2011.

O sr. acredita que faltam regras mais claras no Brasil para contratação de serviços ou terceirização da produção?
Não nos cabe entrar na questão desse conceito ou na questão de responsabilidade jurídica. O mais importante é ter um programa de compromisso para verificar e auditar toda a nossa cadeia, seja desde o fluxo direto até a nossa oficina de costura.

Como é essa cadeia?
Atualmente são 32 fornecedores, com 200 empresas contratadas por eles. O mais importante para nós é garantirmos que todas elas estejam agindo dentro da mesma linha. Não cabe a nós entrar na questão de terceirização. Nós não terceirizamos. Quem terceiriza é ó nosso fornecedor. Somos varejistas, compramos produto acabado dos fornecedores que nos apresentam ou dão um preço da peça ao valor de mercado.

INDITEX / 2013
FATURAMENTO € 16,7 BI
EBITDA € 3,9 BI
DÍVIDA SOBRE CAPITAL -44%
FUNCIONÁRIOS 125 MIL


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página