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Gastos com viagens pioram as contas externas em abril

Despesas com bens e serviços importados superam as receitas em US$ 8,3 bi, maior valor para o mês desde 1947

Resultado surpreendeu o governo; queda do dólar incentivou despesas no exterior e remessa de lucros

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

A queda do dólar ajudou a piorar as contas externas em abril. Gastos recordes no exterior e aumento nas remessas de lucro levaram o país a fechar o mês com um deficit em suas transações acima do esperado pelo governo.

As despesas com bens e serviços importados superaram as receitas em moeda estrangeira em US$ 8,3 bilhões no período, segundo o Banco Central, maior valor para meses de abril desde 1947.

A instituição projetava resultado negativo de US$ 7,8 bilhões.

O câmbio é apontado pelo BC como responsável pelo resultado. A queda do dólar nos últimos meses incentivou a compra da moeda estrangeira, tanto pelas pessoas que vão viajar como pelas empresas que precisam remeter lucros para fora do país.

Para o BC, os números do primeiro quadrimestre confirmam a principal previsão oficial para o ano: o deficit externo deve registrar uma pequena queda em relação a 2013, de US$ 81 bilhões para US$ 80 bilhões, o equivalente a 3,6% do PIB.

A instituição afirma que o deficit se estabilizou nesse patamar desde o final do ano passado, depois da piora verificada nos últimos dois anos por causa da balança comercial. E deve continuar assim até dezembro, se a expectativa de melhora no comércio exterior se confirmar.

No setor privado, a maioria das previsões aponta para um resultado um pouco pior, fator capaz de pressionar o câmbio um pouco mais para cima. O risco de crise cambial, no entanto, é descartado pelos analistas.

No acumulado em quatro meses, o resultado negativo cresceu 2% em relação ao mesmo período de 2013, para US$ 33,5 bilhões.

O IED (Investimento Estrangeiro Direto), direcionado ao setor produtivo, segue financiando cerca de 80% do resultado negativo neste ano.

O restante tem sido coberto com empréstimos externos e aplicações em títulos públicos, fluxos considerados mais voláteis, mas que cresceram com a alta da taxa básica de juros.

"Isso [maior dependência de capitais mais voláteis] incorre em uma leve piora dos indicadores de endividamento externo brasileiro", diz a consultoria Rosenberg Associados, ressaltando, contudo, que "nem de longe" se espera uma crise no balanço de pagamentos.

VIAGENS

Os brasileiros gastaram US$ 2,3 bilhões em viagens ao exterior em abril, recorde para todos os meses da série histórica.

O chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, atribuiu o resultado, principalmente, à queda recente do dólar. Ele disse que o número está fora do padrão observado no primeiro trimestre, período em que essas despesas estavam desacelerando.

Segundo Maciel, ainda não é possível avaliar se o resultado de abril é algo pontual ou o início de uma tendência. O BC continua apostando na primeira explicação.

"O câmbio contribui para esse resultado [no mês], mas viajar para fora continua mais caro do que no mesmo período do ano passado", afirmou Maciel.

No acumulado deste ano, essas despesas aumentaram 2%, para US$ 8,2 bilhões.


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