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Copa e eleição evitam demissões e adiam para 2015 piora do emprego

Renda em alta ainda permite que parte da força de trabalho opte por ficar fora do mercado

Economistas, porém, já veem desaceleração forte nos ganhos, que deve se acentuar com inflação acima de 6%

PEDRO SOARES DO RIO

O emprego ficou estagnado no primeiro quadrimestre e o cenário que se avizinha é turvo. As contratações só não vão cair neste ano por causa de vagas temporárias de Copa e eleições. Os eventos vão evitar demissões e adiar, assim, uma subida da taxa de desemprego para 2015.

O número de trabalhadores nas seis maiores regiões metropolitanas deve crescer 0,7% e repetir de 2013, segundo cenário feito pela consultoria LCA a pedido da Folha.

A taxa de desemprego ainda cairá --para 5%--, mas por causa da saída de pessoas da força de trabalho.

"Vivemos uma situação parecida com a dos EUA após a crise de 2009, guardadas as proporções. Quem está perto de se aposentar, sai. Os jovens, com pouca experiência, não encontram trabalho e vão estudar mais", diz Sérgio Vale da MB Associados. A consultoria espera uma taxa de desemprego de 5,3% em 2015. A LCA estima 5,4%.

Fábio Romão, da LCA, diz que salários ainda em alta e ganhos de anos anteriores (turbinados pela alta do salário mínimo e programas sociais) sustentam o baixo desemprego.

A renda é uma peça-chave. Em alta, faz com que pessoas optem por ficar em casa em vez de aceitar empregos com baixos salários ou em vagas menos interessantes.

Quando a renda começar a cair, mais pessoas tenderão a procurar trabalho, pressionado o mercado num momento de fraca geração de vagas.

Já há, porém, uma clara desaceleração do rendimento, que tende, diz Romão, a se intensificar com a inflação. "A inflação vai corroer os reajustes, que já estão num patamar menor do que no ano passado para várias categorias."

Como ainda tem menos gente disposta a trabalhar e alguns setores ainda se mantêm dinâmicos (serviços, em especial), diz, o rendimento ainda crescerá neste ano. A LCA projeta 2% de alta, mesmo patamar de 2013 --que fora o menor desde 2005.

Para Fernando Holanda, da FGV, a renda tende a desacelerar ainda mais, mas será "regulada" pela oferta de trabalho. Ou seja, quando mais pessoas buscarem um emprego, ela tenderá a cair.

"Não é fácil prever quando acontecerá porque a entrada e saída do mercado é uma decisão muito pessoal, mas com a economia crescendo pouco isso deve ocorrer por anos seguidos", afirma.


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